Os ajustes dos preços administrados continuaram pressionando o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) no fechamento de março, que acelerou a 1,41% na comparação com 0,97% em fevereiro. “A história toda ficou concentrada em administrados. O impacto do último reajuste (extraordinário das distribuidoras de energia) apareceu na última semana”, disse nesta quarta-feira, 01, o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, da Fundação Getulio Vargas (FGV).
De acordo com Picchetti, só energia elétrica respondeu por praticamente a metade da taxa de 1,41% do IPC-S de março. “Teve um impacto de 0,68 ponto porcentual. É raro isso acontecer, de metade da alta do índice ser influenciada apenas por um item”, explicou.
Na sequência, de maior pressão, o economista citou o impacto de 0,12 ponto porcentual de condomínio residencial. “Na esteira do que acontece com (os ajustes das) tarifas, mas não supera o impacto das tarifas de eletricidade”, reforçou. Enquanto este último item subiu 22,60% no IPC-S de março, condomínio residencial teve taxa de 4,97%.
A pressão dos administrados, que vem desde o início do ano, também foi responsável por conduzir o IPC-S fechado do primeiro trimestre para uma alta acumulada de 4,16%. Em igual período de 2014, a taxa foi de 2,52%. Só energia elétrica acumulou variação de 56,14% no período.
“O impacto na inflação dos administrados é impressionante. É o único grupo que vem apresentando aceleração forte e que está num patamar elevado. Não é nada de novo, é importante quantificar. É efeito da correção tarifária”, disse Picchetti. Em 12 meses finalizados em março, os preços administrados têm alta de 26,26% na comparação com 19,77% do mesmo período do ano passado.