O patamar das projeções para os preços administrados continua a subir no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 6, pelo Banco Central. Para este ano, a taxa passou de 14,60% para 14,90% – essa foi a nona revisão seguida para cima. Há um mês, a mediana para esse conjunto de itens estava em 13,94%. Para 2016, a expectativa no boletim Focus apresentada hoje também avançou, saindo de 5,91% para 5,96%. Quatro semanas atrás essa projeção era de 5,80%.
Essas projeções são mais pessimistas que a do Banco Central. Segundo o último Relatório Trimestral de Inflação de junho, a autoridade monetária revisou de 11% para 13,7% sua expectativa para os preços administrados em 2015. Para 2016, a instituição manteve a previsão de alta de 5,3%, mesmo valor do relatório anterior, apresentado em março.
A piora da projeção do BC considera variações ocorridas, até maio, nos preços da gasolina (9,3%) e do gás de botijão (4,3%) e previsões de redução de 3,0% nas tarifas de telefonia fixa e de aumento de 43,4% nos preços da eletricidade.
Câmbio
O relatório divulgado esta manhã pelo BC também apresentou uma tendência de alta para a cotação do dólar tanto em 2015 quanto em 2016. Para este ano, a mediana das estimativas passou de R$ 3,20 – onde já se encontrava quatro edições atrás do documento – para R$ 3,22. Para o próximo, a mediana avançou de R$ 3,37 para R$ 3,40. Um mês antes estava em R$ 3,30.
No caso do comportamento da cotação média ao longo dos anos, a pesquisa Focus revelou uma diminuição da mediana das previsões para 2015, de R$ 3,10 para R$ 3,09. Quatro semanas atrás estava em R$ 3,10. Sobre 2016, não houve mudança de uma semana para outra, já que a mediana das previsões continuou em R$ 3,30 no período. Quatro edições anteriores do boletim Focus, a mediana das estimativas para essa variável estava em R$ 3,25.
Superávit comercial
Quanto ao desempenho da balança comercial brasileira, o mercado financeiro está mais otimista em relação a este e ao próximo ano. A mediana das previsões para 2015 subiu de US$ 4 bilhões para US$ 5 bilhões. Quatro edições antes, estava em US$ 3,20 bilhões. Para 2016, o ponto central da pesquisa foi ampliado de US$ 12 bilhões para US$ 12,40 bilhões de uma semana para outra – um mês antes estava em US$ 10 bilhões.
Conta corrente e investimentos
No caso das previsões para a conta corrente, o mercado financeiro também reduziu a expectativa de um déficit de US$ 82,35 bilhões para US$ 80,65 bilhões em 2015. Quatro semanas atrás, a projeção era de déficit de US$ 84,10 bilhões. Já para 2016, a perspectiva de saldo negativo foi diminuída de US$ 74 bilhões para US$ 73,50 bilhões, um mês antes estava em US$ 75,50 bilhões.
Os analistas consultados semanalmente pelo BC estimam que o ingresso de investimentos para o setor produtivo será insuficiente para cobrir esse resultado deficitário em 2015 e também no ano que vem. Essa melhora, dizem participantes, pode ser atribuída fundamentalmente à mudança de metodologia da nota do setor externo, em abril.
A mediana das previsões para o novo Investimento Direto no País (IDP) passou de US$ 65,70 bilhões para US$ 67,00 bilhões em 2015. Há um mês essa previsão era de US$ 67,50 bilhões. Para 2016, permaneceu em US$ 65 bilhões pela sexta semana consecutiva.