Os juros futuros abriram perto da estabilidade nesta segunda-feira, 21, mas depois passaram a subir, especialmente nos vencimentos mais longos, seguindo a valorização do dólar. A moeda norte-americana avança após o Banco Central anunciar na sexta-feira, 18, a realização de operações de swap cambial reverso, que equivalem a compra de moeda estrangeira.
Às 9h40, o contrato de depósito interfinanceiro para janeiro de 2017 projetava taxa de 13,80%. O DI para janeiro de 2018 mostrava 13,50%. O DI para janeiro de 2019 indicava 13,81%. E o vencimento para janeiro de 2021 estava em 14,07%.
Os investidores digerem ainda o discurso do diretor de Assuntos Internacionais do BC, Tony Volpon, em discurso no Japão. Ele disse que a visão positiva com o ajuste nas contas externas não diminui a necessidade de consolidação fiscal e citou as reservas internacionais como um dos fatores que evitou uma crise financeira no Brasil. “Reservas e ajuste em contas externas reduzem riscos de Brasil não honrar compromissos”, comentou. Sobre a necessidade do ajuste fiscal, ele afirmou que “ter mais tempo para fazer o necessário não pode ser confundido com não ter de fazer o necessário”.
O diretor, que foi um dos dois dissidentes que votaram por aumento de juros na última reunião do Copom, fala em seu discurso no Japão dos mercados emergentes como um todo e não dá detalhes sobre sua visão atual da política monetária no Brasil.
Enquanto isso, o noticiário econômico segue no foco, com a 25ª fase da Lava Jato, que deflagrou nesta madrugada sua primeira etapa internacional, em Lisboa, Portugal. Um dos objetivos é a prisão preventiva do lobista Raul Schmidt Felipe Junior, foragido desde julho de 2015.
Além disso, a comissão especial da Câmara que analisa o impeachment da presidente reúne-se à tarde, enquanto o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), tenta garantir o quórum mínimo no plenário para abrir sessão ordinária e acelerar o prazo que Dilma tem para apresentar sua defesa.
Há ainda expectativa pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de habeas corpus impetrado por advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais seis juristas pela suspensão da decisão do ministro Gilmar Mendes que, aos deferir os mandados de segurança e suspender a nomeação do ex-presidente como ministro da Casa Civil, devolveu ao juiz Sergio Moro as ações referentes a Lula na Lava Jato.