O aumento de preços de grandes commodities pressionou a inflação no atacado dentro do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de dezembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O IGP-10 passou de uma alta de 0,52% em novembro para um aumento de 0,62% em dezembro. O índice acumulou uma redução de 3,56% no ano de 2023, após elevação de 6,08% em 2022.
"Nesta análise, os principais destaques do Índice de Preços ao Produtor (IPA) foram as commodities de grande relevância. A influência significativa do minério de ferro (de 0,82% para 4,66%), do milho (de 0,68% para 7,16%), da soja (de -1,27% para 1,76%) e do café (de 3,57% para 5,86%) representou 79% do resultado geral do IPA. No que diz respeito ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC), destacaram-se os serviços bancários (de 0% para 2,34%) e o aluguel residencial (de -0,96% para 0,98%)", justificou André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10) passou de alta de 0,60% em novembro para uma elevação de 0,81% em dezembro.
Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais aceleraram de aumento de 0,13% em novembro para 0,36% em dezembro, tendo como principal contribuição o subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 0,45% para 0,86%.
A variação do grupo Bens Intermediários arrefeceu de 0,97% em novembro para -0,20% em dezembro, puxada pelo subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 1,16% para 0,09%.
O grupo Matérias-Primas Brutas acelerou de 0,65% em novembro para 2,45% em dezembro. As principais contribuições para o avanço partiram dos itens: minério de ferro (de 0,82% para 4,66%), soja em grão (de -1,27% para 1,76%) e milho em grão (de 0,68% para 7,16%). No sentido oposto, os movimentos mais relevantes ocorreram nos itens: bovinos (de 6,34% para 0,18%), mandioca/aipim (de 5,50% para 3,44%) e algodão em caroço (de -2,67% para -3,96%).