Saúde

Alta ocupação de UTIs em SP não justifica relaxamento de restrições neste momento, dizem especialistas

Estado de São Paulo vai deixar a fase emergencial nesta segunda-feira e passar para a vermelha, após anúncio do governador João Dória

Especialistas na área de saúde criticam a migração do Estado de São Paulo da fase emergencial para a fase vermelha do plano paulista de combate à covid-19, anunciada nesta sexta-feira, 9, pela gestão João Doria (PSDB). Para médicos e cientistas, os números de casos, internações e mortes ainda estão elevados e as diminuições apontadas pela gestão estadual são flutuações, com risco de nova alta de infectados. Em Guarulhos, a ocupação de UTIs se manteve acima dos 90% durante toda a última semana.  

“Foi uma medida incompreensível. Você ainda assiste a uma pressão muito grande sobre os serviços de saúde, então não tem sentido. Se a fase emergencial foi bem sucedida, por que os números não diminuem?”, questiona Leonardo Weissmann, infectologista do Instituto Emílio Ribas e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia. “Embora tenham sido colocadas medidas de restrição, o isolamento social foi muito baixo. Não adianta só o governo colocar medidas restritivas, mas precisa que a população respeite.” 

Na tarde desta sexta, o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) justificou que a mudança para a fase vermelha foi feita com base em uma tendência de melhora. Os índices usados por ele para fundamentar a medida são o aumento da vacinação no Estado e a ampliação de leitos de UTI, que mesmo após a abertura de 6,5 mil novas vagas nos últimos 90 dias, se manteve com taxa de ocupação acima dos 90% no início desta semana. Ele ainda citou o aumento do isolamento social, que ainda na quarta-feira, 7, estava em apenas 44%, bem abaixo do ideal do nível de 60% almejado pelo governo. 

Posso ajudar?