O diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes, afirmou nesta quarta-feira, 23, que a troca de ministro da Fazenda não traz impactos sobre o trabalho da instituição. “A troca não traz impactos sobre as nossas ações per se”, afirmou. Na semana passada, o então ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, passou a comandar a Fazenda, com a saída de Joaquim Levy. Ele disse, no entanto, que algumas ações praticadas podem ter impacto. “Ma isso é o tempo que dirá como as coisas vão acontecer, mas não é a troca em si”, enfatizou.
Meta fiscal
Altamir também considerou a meta fiscal de 0,50% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2016 como factível. “Mas é preciso trabalhar para construir isso, assim como vamos ter que trabalhar para levar a inflação a 4,5% em 2017. Isso é claro”, afirmou. Segundo ele, medidas como corte de gastos e aumento de arrecadação serão necessárias para que se atinja esse objetivo. “Mas acho factível, sim. Tanto que é esse o número com o qual trabalhamos nas nossas projeções”, disse.
Segundo o diretor, a disparidade entre a meta do governo e as projeções recentes apresentadas pelo Prisma Fiscal – uma espécie de pesquisa Focus feita pelo Ministério da Fazenda com as projeções do mercado financeiro para as contas públicas – é um pouco fruto da incerteza. Ele disse que o mercado pode dar boa contribuição para essa dinâmica. “Isso (o Prisma) será elemento importante para gestão de política fiscal, assim como as nossas (previsões para a Focus) se transformaram em elementos fundamentais.” Passadas essas incertezas, na avaliação de Altamir, o mercado pode caminhar para trilha mais razoável.