Alunos dos estágios II da educação infantil e do 1º ano do ensino fundamental da EPG Patrícia Galvão – Pagu, no Jardim Cambará, participaram de roda de conversa sobre educação antirracista nesta quarta-feira (10). A ação, que integra o projeto anual Crianças: Vivências e Descobertas, contou com bate-papo com a rainha Vania Oliveira, negra, ativista em experiência performática de ensinagens negras, especialista e mestra em dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
O encontro teve como objetivo fortalecer caminhos e possibilidades para a alfabetização antirracista ao evidenciar e celebrar os 20 anos da lei 10.639/2003, que estabelece as diretrizes para a inclusão do tema história e cultura afro-brasileira no currículo oficial da rede de ensino, um convite à reinterpretação da existência negra para a construção de novos imaginários.
Representatividade importa: quem já viu uma rainha?
“As crianças vivenciaram momentos de descobertas culturais e corporais, envolvidas num clima de curiosidade, imagem positiva de si, ampliando suas experiências, demonstrando empolgação e alegria durante toda a apresentação”, explicou Maria da Conceição de Andrade Pinto, coordenadora pedagógica da EPG Patrícia Galvão.
A coordenadora contou ainda que, para trabalhar o imaginário infantil durante a roda de conversa, Vania perguntou às crianças quem já tinha visto uma rainha, quais adornos elas costumam usar e se elas já viram alguém parecido com uma rainha.
“Imediatamente as respostas foram surgindo. ‘Minha tia se parece com uma rainha (referindo-se a Vania) porque tem o mesmo tom de pele’; ‘minha mãe se parece com uma rainha porque é linda como você’; ‘uma rainha tem vestido e castelo de ouro’, contaram as crianças”, disse Maria da Conceição.
Partilhando vivências e estudos
O bate-papo da rainha Vania Oliveira com os alunos extrapolou os encontros formativos dos professores em hora-atividade com o formador Fabiano Maranhão, valiosa parceria que já acontece na EPG Pagu desde julho de 2015 com rodas de conversa, dinâmicas, sugestões de vídeos e textos para estudo.
“A forma com a qual ela aborda a temática, em uma roda de conversa com as crianças, com uma linguagem bastante simples e direta, vai além de atender os alunos nessa faixa etária, pois transforma a escola em um grande contexto de investigação, de aprendizagem, de interações e brincadeiras, repleto de momentos educativos, desafios e descobertas para garantir o desenvolvimento integral dos educandos”, pontuou Andressa Carla da Silva Reis, parceira de Maria da Conceição na coordenação pedagógica.
Em um contexto amplamente formativo cujo objetivo é fortalecer aprendizagens, saberes e mudanças de comportamento por meio de experiências construídas ao longo desse processo, a gestão escolar compreende esse espaço a partir das vivências e interações que ele proporciona às crianças, o que possibilita o conhecimento de si, do outro e do seu entorno, permite a interação com diversas culturas e o aprendizado do respeito e da valorização das diferenças.