Por volta das 17h10 da quarta-feira, 6, a tropa de choque da Polícia Militar invadiu a o diretório acadêmico ocupado pelos estudantes grevistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), no campus localizado, no Pimentas, para cumprir decisão judicial dando a reintegração de posse do local a direção da universidade. Toda a ação foi transmitida ao vivo por um dos alunos, através de uma câmera ligada a um computador conectado no Twitter (microblog). Assim que os policiais invadiram a sala, os alunos levantaram as mãos e seguiram pelo lado oposto da sala. Segundos depois da entrada da Polícia Militar, a transmissão via internet foi finalizada.
O comandante do 44° Batalhão de Polícia Militar, tenente coronel Cesário Lange, juntamente com um delegado federal tentaram negociar com os estudantes para que cumprissem a ordem judicial. Com a negativa dos grevistas, um ônibus da Polícia Federal (PF) foi destacado até o campus para conduzir cerca de 30 estudantes detidos a delegacia da PF em São Paulo.
Na semana passada, a juíza da primeira vara federal de Guarulhos, Eliana Borges de Mello Marcello havia determinado que a Unifesp detalhasse, desde o ano de 2010, quais as providências que foram tomadas para sanar as falhas apontadas pelos alunos da universidade em greve desde o início do ano. A Justiça exigiu que a universidade mostrasse atas de reunião com as reivindicações feitas pelos alunos e as respectivas deliberações sobre os temas.
Entenda a greve da Unifesp
Há mais de dois meses em greve, os alunos da Unifesp reivindicam a construção de um prédio definitivo do campus que abriga a Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH), a transparência nos processos burocráticos da universidade, melhorias no transporte e na moradia estudantil no entorno. Em resposta, a direção da universidade diz apenas que a licitação de construção do novo prédio está em vias de conclusão, mas não informou data e nem qual expectativa para conclusão da licitação.