Alvo da PF, vice-presidente do Aliança ajudou a organizar ato antidemocrático

Um dos alvos da operação da Polícia Federal (PF) desta terça-feira, 16, o empresário Luís Fernando Belmonte auxiliou na organização de ao menos um dos atos antidemocráticos realizados em Brasília, com defesa do fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Belmonte é o segundo vice-presidente do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta tirar do papel.

Como revelou o <b>Estadão</b> em maio, a legenda em formação serviu de ponte para os diferentes grupos que se mobilizaram para fazer a manifestação se organizassem. Em entrevista na época, Belmonte disse que não colocou nenhum centavo no evento, que prestou ajuda apenas como cidadão, e não como representante do partido.

"Eu coloquei eles em contato, chamei um, chamei outro. Fiz a questão de dizer que precisaria ter dois tipos de procedimento. Primeiro, que se limitasse a apoio ao presidente Bolsonaro e que se ativesse a questões de competência de cada Poder, e não fora (Rodrigo) Maia ou fora Congresso", afirmou na ocasião.

Homem de confiança de Jair Bolsonaro, com papel central no recolhimento de assinaturas para formação do partido do presidente, Belmonte disse que fez alguns alertas sobre o que deveria ter a mobilização.

Ele chegou a ir pessoalmente no ato de domingo, quando Bolsonaro já tinha deixado a rampa do Palácio do Planalto. Conversou com as lideranças dos movimentos e declarou que era preciso reafirmar o apoio ao presidente, mas sem ruptura de Poderes.

<b>Aliança pelo Brasil</b>

Belmonte foi um dos principais financiadores do Aliança pelo Brasil em seu início. O partido ainda não obteve as assinaturas necessárias para obter o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O empresário foi responsável, por exemplo, por pagar o auditório escolhido para o ato de fundação da nova sigla, em novembro do ano passado. Ele é casado com a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) e é suplente do senador Izalci Lucas (PSDB-DF).

Antes de se tornar operador político do Aliança pelo Brasil, Belmonte foi filiado ao PSDB, fez doações para legendas de esquerda, como PCdoB, e atuou como advogado do empresário Luiz Estevão, que cumpre uma pena de 26 anos por fraudes na construção do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.

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