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Ambiciosa, série ‘Westworld’ discute inteligência artificial

Pedigree não falta a Westworld, que estreia neste domingo às 23h na HBO. A série é produzida por Jonathan Nolan, irmão do diretor Christopher Nolan, e sua mulher Lisa Joy Nolan, em parceria com a Bad Robot de J.J. Abrams. É baseada num roteiro criado por Michael Crichton, que também dirigiu o filme de mesmo nome em 1973. Entre os diretores de seus dez episódios estão nomes consagrados como Michelle MacLaren, que fez episódios de Breaking Bad, The Walking Dead e Game of Thrones.

O elenco tem Anthony Hopkins, Ed Harris, Evan Rachel Wood e o brasileiro Rodrigo Santoro. Sendo um filhote de Nolan, que colaborou com o irmão em Amnésia e Interestelar, entre outros, e produziu Person of Interest, e Abrams, não falta a Westworld aquela sensação de uma história cheia de camadas e segredos, com revelações que podem mudar tudo. Ou seja, com alto potencial viciante, que vem bem a calhar para a HBO, agora que Game of Thrones aproxima-se da reta final.

Na trama, Westworld é um parque temático virtual do Velho Oeste – a série foi filmada em Santa Clarita, nos arredores de Los Angeles, num estúdio-cenário que foi sede de clássicos como Matar ou Morrer (1952), de Fred Zinnemann. Os visitantes pagam boas somas de dinheiro para viver suas fantasias nesse mundo criado pelo cientista Robert Ford (Anthony Hopkins). Há quem, como o Homem de Negro (Ed Harris), queira matar todo mundo – o que é permitido, desde que as vítimas sejam androides. Do outro lado, estão os robôs quase humanos, como Dolores (Evan Rachel Wood), uma simples garota da fazenda, ou Maeve (Thandie Newton), prostituta no bordel. “Brinco que, se eu fosse com Jonah, a gente ia ficar numa casa, com uma babá robô para cuidar da nossa filha, sairíamos para andar a cavalo”, disse, rindo, Lisa Joy Nolan, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” em Los Angeles.

Quando o original saiu, era visionário falar de vírus de computador ou mesmo de inteligência artificial. “O mundo mudou muito desde que o filme saiu em 1973”, afirmou Jonathan Nolan.

“Então, havia muita coisa diferente, mas queríamos tornar a premissa original mais interessante para poder explorar melhor seus temas.” Por isso, a série faz uma volta de 180º para focar os anfitriões, em vez dos visitantes. “Se os robôs foram criados à imagem dos humanos e começam a desenvolver consciência, então vão precisar perguntar se querem evoluir além disso. E as possibilidades são infinitas”, afirmou Rachel Wood. Para os visitantes, há outra questão, segundo o ator Ed Harris: “Quanto mais parecidos com humanos esses anfitriões ficam, como definir qual é o limite entre quem é humano e quem não é?”.

Com tanta ambição e um orçamento estimado em US$ 54 milhões, a série acabou tendo percalços. Em janeiro, a produção foi interrompida por dois meses, gerando boatos de que enfrentava problemas. “O hiato deu tempo para eu e Lisa escrevermos o resto dos roteiros”, explicou Nolan. “Quando eles dizem que não é TV, é HBO, não estão de brincadeira. A série é como um filme de 10 horas. Lisa e eu escrevemos, produzimos e em alguns casos dirigimos uma boa parte. Era um desafio enorme.” Agora é esperar para ver se deu certo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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