Cidades

Ameaça da urbanização da febre amarela é real, diz infectologista

“A urbanização da Febre Amarela é nosso medo e a probabilidade maior é que isso aconteça”. Essa foi a análise do médico infectologista do Complexo Hospitalar Padre Bento e do Centro de Especialidades Médicas de Guarulhos (Cemeg), Alexandre Piva, durante palestra proferida no auditório da Secretaria de Saúde, nesta quarta-feira, dia 1º, para profissionais da área e membros do Conselho Municipal de Saúde.
 
Para o infectologista, a febre amarela deixará de ser uma ameaça urbana para se tornar realidade, a partir do momento em que mais pessoas contaminadas nas áreas endêmicas circularem pelas cidades. Isso porque a doença pode ser transmitida pelo Aedes aegypti, mosquito que também transmite a dengue, a chinkungunya e o zika vírus, após picar alguém infectado.
 
“Com o crescimento desordenado das cidades, sempre vai existir caixas d’água sem tampas e pneus jogados, acumulando água parada e contribuindo para a proliferação do mosquito. Sozinho o poder público não vai dar conta do recado”, alertou Piva, que fez uma abordagem completa sobre a doença, incluindo fases da infecção, evolução e formas de prevenção.
 
O infectologista destacou também que a vacina deve ser administrada somente para pessoas que residem ou pretendem viajar para as áreas endêmicas. “Como as doses são produzidas com vírus vivos atenuados, existem efeitos colaterais. Então, é preciso pontuar se o benefício da imunização é maior que o risco”, explicou.
 
 
 
Escorpiões
 
O aparecimento de escorpiões em alguns bairros da cidade foi o segundo assunto debatido na manhã desta quarta-feira. Para abordar o tema, a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, a médica Alba Blasotti, convidou a bióloga do Centro de Controle de Zoonoses, Altair Santana de Carvalho.
 
Segundo explicou a especialista, assim como a prevenção à febre amarela, os cuidados para evitar o aparecimento dos escorpiões passam por medidas de conservação do meio ambiente, que vão desde o descarte correto do lixo até a proteção da flora. Isso porque o lixo doméstico aberto atrai moscas e baratas que servem de alimento aos escorpiões. 
 
Além disso, outras medidas são necessárias para combater a proliferação dos mosquitos transmissores da dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela, e também para evitar o aparecimento de escorpiões. Dentre os cuidados que devem ser observados pela população destacam-se a manutenção do ambiente livre de entulho, de lixo e materiais inservíveis, bem como a limpeza do quintal ou jardim com freqüência.
 
Para evitar acidentes com os escorpiões, deve-se examinar roupas e calçados, toalhas de banho, lençóis e cobertores antes de usá-los; vestir luvas de couro antes de manusear material de construção ou limpar o jardim; vedar ralos de pia e de chão, colocar rodinho de borracha ou cobrinhas de areia na soleira das portas; afastar camas e sofás cerca 10 centímetros das paredes, e colocar tela de malha fina nas janelas.

Posso ajudar?