Inaugurada na sexta-feira, 10, para o público no Rijksmuseum de Amsterdã, a maior retrospectiva já dedicada ao pintor Johannes Vermeer (1632-1675) garantiu, antes mesmo da abertura, a impressionante venda de 200 mil ingressos, transformando o artista numa atração tão celebrada como Van Gogh em sua terra natal. Estão na mostra telas célebres de Vermeer, entre elas Vista de Delft, A Leiteira e a incontornável Garota com Brinco de Pérola, atração máxima da mostra, que o museu Mauritshuis de Haia emprestou.
Vermeer, ao contrário de Van Gogh, conseguia vender suas pinturas em vida. Morando em Delft, pintou paisagens de sua cidade, interiores com garotas escrevendo ou lendo cartas e cenas cotidianas como uma senhora robusta com uma jarra de leite numa das mãos. Nada que se compare ao charme da garota com o brinco, que, em 1881, foi vendida por uma cotação baixíssima num leilão (pela bagatela de dois florins).
Os modernos aprenderam muito com Vermeer, especialmente a evitar a estridência. Suas telas retratam ambientes sóbrios.
Há sempre uma luz oblíqua que ilumina apenas o essencial na cena. E, sobretudo, há silêncio nessas pinturas – e uma tela, em especial, A Pequena Rua, que retrata um ruela em Haia, é a tradução dessa quietude.
A retrospectiva levou sete anos para ser organizada e negociações com vários museus. O Rijksmuseum está exibindo 28 das 37 pinturas atribuídas a Vermeer, que produziu pouco, mas com excelência.
O resultado é que nos próximos dois meses da exposição só vão entrar os visitantes que fizeram reservas. Não há mais ingressos à venda antes disso.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>