Cidades

Anac registra aumento de furtos em aeroportos

Segundo levantamento, o registro de reclamações nos seis primeiros anos de 2010 quase atingiram o número total de todo o ano de 2009

O aumento da demanda de voos nos aeroportos do País, principalmente no Aeroporto de Guarulhos, em Cumbica, trouxe junto o crescimento de um fator desagradável: o de queixas sobre furtos e extravios de malas ou objetos de dentro das mesmas.

Segundo levantamento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em parceria com o Procon-SP, o registro de reclamações nos seis primeiros anos de 2010 quase atingiram o número total de todo o ano de 2009. No ano passado, o órgão recebeu 3.518 queixas em apenas seis meses, enquanto em 2009 todo foram 3.572 reclamações. Ou seja, somente no primeiro semestre já atingiu 98% de todo o número do ano anterior.

Exemplo disto aconteceu na terça-feira, quando três pessoas que trabalhavam em uma empresa de transporte de malas extraviadas foram presas em flagrante no Aeroporto de Guarulhos, sob a acusação de furto de pertences das bagagens. Os acusados foram detidos na Vila São Rafael. Neste caso, os objetos foram devolvidos aos proprietários e o furto qualificado foi registrado no 2° DP, na Vila Galvão.

Passageiros – Com um movimento maior no final de 2010 e agora no início de 2011, os passageiros que utilizam-se das instalações ao Aeroporto de Guarulhos mostram apreensivos e redobram a atenção com os seus pertences.

A psicóloga Liege Caldeira, 27, contou o receio da perda de sua bagagem ao desembarcar. "Eu fico de olho a todo momento. Minhas malas, por exemplo, demoraram meia-hora para chegar, já estava com medo de perdê-las", disse. "Não vou nem ao banheiro enquanto não despachar minha bagagem", sentencia.

Parente de uma vítima de furto em aeroportos, o economista Paulo César Pena, 57, que costuma viajar a negócios, afirma que aprendeu com a experiência de seus familiares. "Sempre carrego papéis, mas quando levo notebook, deixo pendurado comigo o tempo todo", afirma.

Para o industriário Altemiro Moura, 60, a grande movimentação favorece a ação de bandidos. "Acredito que a vigilância é menor pela quantidade de pessoas que circulam nos aeroportos nesse período", comenta.

Cuidados – O gerente de projetos e segurança do Grupo GR, empresa especializada em segurança, Niv Steiman, justifica o aumento ao crescimento da demanda devido à queda nos preços das passagens aéreas.

Segundo Steiman, as vítimas preferidas são os passageiros distraídos. "Aquelas pessoas que deixam os laptops por instantes para comprar um lanche ou falar ao telefone, ou pais que deixam crianças levarem as bagagens e que acabam largando-as nos aeroportos", exemplifica.

O especialista sugerem que volumes de dinheiro não sejam expostos e aconselha a conferência das malas. "Quando há um volume grande de bagagens, as pessoas se esquecem de ver qual é a sua. Nem sempre é furto, mas malas com formatos e cores iguais acabam confundindo", completa.

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