A Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) reelegeu na terça-feira, 3, Mário Alberto Dal Zot para a presidência da entidade, com mandato de quatro anos, até agosto de 2025. A entidade foi fundada em abril de 2020, reunindo trabalhadores da Petrobras que também são acionistas da empresa.
Foram reeleitos ainda os membros do Conselho Deliberativo, presidido por Deyvid Bacelar, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Conselho Fiscal, encabeçado por Valnísio Hoffman, do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo.
"A Anapetro é mais um instrumento de luta da categoria contra a política de privatização dos ativos da Petrobras e contra a visão de curto prazo da gestão da empresa, que contraria os interesses nacionais entregando o patrimônio público", disse em nota o presidente reeleito.
A Anapetro entrou com representação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no início de março, questionando a autarquia sobre operações de <i>insider trading</i> com ações e opções da Petrobras envolvendo o presidente demitido Roberto Castello Branco e o então, na época, gerente Executivo de Recursos Humanos da empresa, Cláudio Costa.
A representação foi anexada a outro procedimento administrativo aberto pela CVM em 2 de março para investigar diversas transações com papéis da petroleira no período próximo à troca de comando na empresa determinada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. O órgão regulador do mercado de capitais deu início à apuração após levantada a possibilidade de uso de informação privilegiada (<i>insider trading</i>) com ações da estatal.
A Anapetro também deu entrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com uma representação por eventuais atos lesivos ao patrimônio da Petrobras e aos interesses de seus acionistas, relativa à venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, ao Fundo Mubadala, de Abu Dhabi, por US$ 1,65 bilhão. A representação tomou como base estudo do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), que avaliou o ativo entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões, mesmo valor estimado por outros agentes financeiros.