Com os votos ainda em apuração nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro reiterou nesta quarta-feira, 4, sua torcida pela reeleição de Donald Trump. Para apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, o presidente negou estar interferindo na disputa americana.
Bolsonaro foi questionado diretamente se estava interferindo na disputa eleitoral dos EUA e chegou a brincar sugerindo opções de como poderia interferir no pleito: "Quer como? Econômica, bélica, militar ou cibernética?". Depois, Bolsonaro criticou quem sugere que exista algum tipo de interferência sua nas eleições.
"Quem fala isso, quem escreve isso, tem que deixar os banquinhos escolares e ver como que é a realidade. Preferência acho que todo mundo tem, e não vou discutir com ninguém", disse aos apoiadores. O chefe do Executivo voltou a destacar a boa relação com o presidente Donald Trump e ressaltou que o Brasil não vai interferir em nada.
"Vocês sabem a minha posição. É clara, isso não é interferência. Tenho uma boa política com o Trump, espero que ele seja reeleito. E o Brasil vai continuar sendo o Brasil, sem interferir em nada, até porque quem somos nós para interferir", afirmou.
Bolsonaro fez também referência ao candidato democrata Joe Biden. Ele lembrou que Biden já chegou a sugerir medidas em relação a Amazônia e isso, segundo Bolsonaro, seria uma interferência "de fora para dentro". "O candidato democrata, em duas oportunidades, falou sobre a Amazônia. É isso que vocês tão querendo para o Brasil? Aí sim uma interferência de fora pra dentro", declarou.
Questionado se acha que Trump vencerá a disputa, ele disse que sim, mas não adotou o mesmo tom do candidato republicano, que se declarou vencedor antes mesmo do término da apuração. "Se Deus quiser, ele ganha, amanhã sai o resultado lá. Amanhã já o pessoal lá, aquela mídia do contra, sempre do contra, vai se render à realidade", afirmou Bolsonaro.
O presidente também citou que recebe críticas por ter um bom relacionamento diplomático com os Estados Unidos e que a boa relação entre os dois países não existia em governos anteriores, com exceção da gestão de Michel Temer. "Acham que eu devia ser inimigo dos Estados Unidos, ou criticar o governo americano, e elogiar a Venezuela, Cuba, e outros países que não tem nada de exemplo pra nós aqui da América do Sul", disse.