O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,4 ponto em outubro ante setembro, para 97,1 pontos, informou nesta terça-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Após cinco meses consecutivos de altas, o índice sentiu o recuo do otimismo no comércio, que teme o impacto do fim do período mais intenso do auxílio emergencial do governo.
"O recuo discreto da confiança empresarial pode ser entendido como um movimento de acomodação após uma sequência de altas que levaram o índice ao nível do período anterior à chegada da pandemia de covid-19 no País", afirmou em nota Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas da FGV IBRE.
Segundo ele, a indústria continua se destacando, com níveis de confiança que não eram vistos desde 2011, seguida pela construção civil. Em ambos os setores, a confiança continuou avançando em outubro.
No sentido oposto, o comércio e os serviços registraram quedas puxadas por revisões de expectativas, que podem refletir tanto a preocupação com os rumos da crise sanitária, quanto com a perspectiva de algum desaquecimento da demanda com o fim do período mais intenso dos programas emergenciais, avaliou Campelo Jr.
O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 3 pontos, para 96,6 pontos, nível também superior ao de fevereiro, antes da pandemia, quando estava em 92,5 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-E) recuou 3,1 pontos, para 97,9 pontos.
O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.