O presidente do conselho de administração do BTG Pactual, André Esteves, se encontrou com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília, ontem, no hotel Meliá, onde o petista está hospedado. A notícia dessa reaproximação foi inicialmente divulgada pelo jornal <i>Valor Econômico</i>.
No encontro, que foi organizado por Nelson Jobim, ex-ministro da Justiça de Lula, que também é membro do colegiado do BTG. Esteves disse a Lula que não via problemas com a escolha de Fernando Haddad ao Ministério da Fazenda. Disse, ainda, que poderia trabalhar para mitigar a resistência da Faria Lima ao nome do ex-prefeito de São Paulo.
Uma fonte disse ao <b>Estadão</b> que Esteves busca uma reaproximação a Lula, que estaria chateado com trackings que foram feitos pelo BTG durante as campanhas das eleições, que teriam indicado vitória de Jair Bolsonaro (PL) à reeleição. Teria sido por essa mágoa que Lula, em encontro com empresários, antes do segundo turno, citou Esteves: "Perguntem ao André como é sair da cadeia".
<b>Reaproximação</b>
Foi mirando uma reaproximação, que Esteves, disse a fonte, teria pedido ao presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney, para se sentar ao lado de Haddad no almoço da entidade que reuniu os principais banqueiros do País, ocasião em que Haddad representou Lula e foi tratado já como ministro da Fazenda. Ali, Esteves já teria sinalizado que ajudaria o ex-ministro da Educação a ser mais "palatável" ao mercado financeiro.
A fonte frisou que Lula ainda não se decidiu sobre o nome que ocupará o Ministério da Fazenda, mas admitiu que Haddad é hoje o principal candidato. Frisou ainda que Lula é o "campeão de dar sinais trocados".
Procurado, o BTG não comentou.