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André Sturm diz que vai manter políticas culturais vitoriosas

Minutos antes de encontrar a atual secretária de Cultura do governo Fernando Haddad, Maria do Rosário, para uma conversar de início de transição, André Sturm, nome que vai assumir a mesma secretaria na gestão João Doria, atendeu a ligação da reportagem pedindo para não ser chamado de “senhor”. “Não precisa, por favor”.

Sturm assume um posto para o qual Doria começava a ter problemas para preencher. Sua primeira opção, o empresário de televisão Jose Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, disse não depois de fazer cotações com empresas de mudança e concluir que sua vinda do Rio seria muito cara. Sturm, opção mais ligada à política pública, de atuação como diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS), assume com esboços de propostas mais objetivas.

Ele diz que existe uma determinação do prefeito eleito Doria para que se olhe atentamente para a periferia. “Eu gosto de resumir essa ideia como se a secretaria de Cultura passasse a agir como um catalisador do que acontece nesses lugares”. Ao contrário de outras pastas, seu departamento tem maior carta branca para assumir iniciativas vitoriosas da gestão anterior. “A SP Cine, por exemplo. Vamos manter com o nível que ela merece. A gestão anterior fez um bom trabalho.”

Ao contrário do caos instalado no nível federal, quando a equipe de Temer assumiu seus gabinetes como se entrasse em uma zona de guerra abandonada, a transição municipal tem sido feita com certa simpatia entre a turma que sai e a que chega. Nos bastidores, comenta-se que a própria secretária de Haddad comemorou ao saber da escolha de Sturm. “Ela está sendo generosa”, diz.

De perfil mais técnico do que político, o novo homem da Cultura de São Paulo diz que pretende tomar conhecimento dos equipamentos culturais antes de se pronunciar com mais detalhes sobre cada um eles. Ele sabe que o Teatro Municipal passou por escândalos recentes com relação ao desvio de verbas de sua gestão, diz estar ciente de que os CEUs são equipamentos importantes nas regiões afastadas do Centro e tem conhecimento de que a Virada Cultural, a principal data no calendário de eventos de sua secretaria, é uma bomba relógio que sempre explode na noite de festa por volta da 1h da manhã.

Mas afirma que quer estar atento a outros detalhes nem sempre tão visíveis. “A pasta tem esses problemas, mas ela toma conta de um equipamento muito maior do que isso. São bibliotecas, centros culturais, casas de cultura. Esses locais devem estar dinâmicos. E temos de incentivar o trânsito por eles de frequentadores e artistas.”

Sturm diz que jamais trabalhou nos bastidores para se tornar secretário de Cultura. “Não era um projeto meu, eu não estava trabalhando para isso.” O MIS, ainda sem o nome de seu sucessor, já tem uma agenda de mostras para 2017. “Eu saio de lá mas o coração fica. Vou estar à disposição da equipe, mesmo de longe. Acho que deixei um bom caminho andado para quem chegar.”

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