O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), Alcides Braga, afirmou nesta terça-feira, 10, que, após as quedas expressivas nas vendas de implementos ao longo deste ano, a expectativa para o ano de 2016 é de estabilidade em relação a 2015. Em coletiva de imprensa, Braga voltou a afirmar que a entidade trabalha com um cenário de queda de cerca de 45% nas vendas de implementos neste ano ante 2014 – entre janeiro e outubro de 2015, a indústria de implementos rodoviários registrou queda de 42,22% no volume de produtos emplacados em relação ao mesmo período do ano passado.
“Não cremos em uma continuidade das quedas no ano que vem, em função do patamar que já chegamos”, disse. Segundo o presidente da Anfir, a entidade trabalha junto ao governo para garantir linhas de créditos adequadas e a participação mais expressiva do BNDES no financiamento dos implementos rodoviários em 2016.
Em relação às linhas de crédito, a Anfir defende a volta da modalidade do Finame pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Nesse formato, o BNDES empresta os recursos com custo da TJLP mais um spread que historicamente fica próximo a 1% ao ano, além da taxa de intermediação dos agentes financeiros, que pode ser de até 4% ao ano.
“Com a TJLP em torno de 7% teríamos uma taxa anualizada de 12% a 13%”, calculou Braga. “Nosso principal pleito, além disso, é retomar aos patamares históricos de financiamento por parte do BNDES, entre 70% e 90%. Não impactar o fluxo de caixa das empresas seria uma motivação a mais”, disse.
Caso as negociações com o governo em relação às linhas de crédito e ao financiamento por parte do BNDES não evoluam conforme o esperado, Braga afirmou que a tendência é de aumento nas dificuldades do setor para 2016. No entanto, o executivo ressaltou que a Anfir também busca alternativas junto aos bancos privados, de modo a obter linhas de crédito alternativas ao Finame.
Braga ainda ressaltou que a tendência de aumento nas exportações de commodities e produtos agrícolas anima a entidade, uma vez que a demanda por implementos rodoviários tende a ser mais forte.