Estadão

Animações europeias passam por um processo de popularização

Geralmente, quando se fala em animações europeias, é difícil não pensar em um cinema artístico, às vezes até mesmo voltado ao público adulto, com assuntos mais complexos do que o cinema norte-americano. Mas, nos últimos anos, é difícil não notar uma busca por produtos cada vez mais populares na Europa, que já tem em seu histórico títulos como <i>Fuga das Galinhas</i> e <i>Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais</i>.

Esse processo de popularização das animações europeias é evidenciado pela presença de grandes produções no cinema e no streaming. É o caso de <i>O Pequeno Príncipe</i>, de 2015, produção francesa e canadense, e do espanhol Klaus, de 2019, da Netflix, amplamente divulgados e com grande bilheteria.

Alguns filmes conseguiram se destacar em importantes premiações, como é o caso de <i>Perdi Meu Corpo</i>, produção francesa de 2019; <i>A Minha Vida de Abobrinha</i>, feito em parceria entre Suíça e França, de 2016; <i>Ernest & Celestine</i>, filme produzido por França, Bélgica e Luxemburgo, em 2012, e, enfim, <i>A Canção do Oceano</i>, de 2014, da Irlanda, Dinamarca, Bélgica, Luxemburgo e França. Filmes premiados e também com boa bilheteria.

Esse sucesso decorre de alguns bons motivos. Há uma clara criatividade dos roteiros, que exploram temas variados e que nem sempre são abordados no cinema norte-americano. Além disso, a animação europeia tem se destacado pela qualidade técnica e artística, muitas vezes obtida com técnicas de animação tradicionais, como o stop-motion.

<b>DIVERSIDADE</b>

Outro fator importante é a diversidade cultural. Ao contrário do cinema americano, a animação europeia traz histórias de várias partes do continente, com uma riqueza cultural e visual única. Algo causado por essas parcerias entre países até mesmo fora da União Europeia – Alê Abreu, de <i>Perlimps</i>, fez coprodução com a França em <i>O Menino e o Mundo</i>.

Agora, só falta uma grande bilheteria que chegue perto de Pixar e DreamWorks, os grandes estúdios. Para efeito de comparação, de acordo com o Box Office Mojo, <i>Ernest & Celestine</i> faturou US$ 8 milhões; <i>O Pequeno Príncipe</i>, US$ 97 milhões. <i>Lightyear</i>, um dos maiores fracassos da Pixar, fez US$ 226 milhões. Produções pops como<i> As Múmias e o Anel Perdido</i>, distribuídas por grandes estúdios, podem começar a arranhar esse mercado tão precioso e difícil de acessar.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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