Vice-campeão Pan-Americano de salto triplo e hoje treinador, o atleta guarulhense Anísio Souza Silva é o entrevistado do programa Ponto de Vista desta quarta-feira (19). No encontro, Anísio, que é representante do salto triplo brasileiro nos Jogos Olímpicos, professor de Educação Física e treinador, contou sobre sua carreira.
O esportista conta que quem lhe apresentou o atletismo foi um professor da escola onde estudava. Na época, aos 12 anos de idade, ajudava sua mãe a confeccionar bijuterias, e fazia isso todos os dias durante a manhã, antes da aula. Ao saber das aulas de atletismo, aceitou fazer, mas sobretudo para fugir do serviço com as bijuterias. O garoto começou a treinar no Estádio da Ponte Grande, onde conheceu diversos atletas, entre eles Zequinha Barbosa, ícone do atletismo mundial.
Por diversão, Anísio todos os dias desafiava Zequinha a correr. As apostas eram nos corredores do Estádio. Zequinha aceitava, mas sempre dava vantagem para o garoto: "Neguinho, você fica naquela pilastra. Eu saio daqui, da primeira. Voce^ sai da terceira". “Mas ele sempre ganhava”, afirma Anísio. Zequinha foi para os Estados Unidos e lá ouviu falar sobre Anísio, que havia ganhado o campeonato com um salto de 17 metros. Zequinha então associou Guarulhos a`quele garoto que apostava corrida pelos corredores do Esta´dio da Ponte Grande.
Foi sua persistência nos treinos e os bons resultados extremamente regulares que o qualificaram como um dos ícones mundiais. Em 1991, Ani´sio tornou-se vice-campea~o Pan-Americano de salto triplo, nos Jogos de Havana, em Cuba. Foi campea~o Sul-Americano, nos anos de 1991, 1993, 1997 e 1999. E hexacampeão brasileiro.
Para o atleta, a baixa popularidade do atletismo deve-se à pouca quantidade de ídolos no segmento. Ele concorda que, com a exceção de épocas de Olimpíadas, quando ganha destaque, o atletismo costuma ser esquecido, e que para reverter esse quadro, a modalidade necessita de mais investimento por parte do Governo, o que possibilitaria uma quantidade maior de atletas. “Se houvesse um investimento maior, poderíamos treinar 100 atletas; como não temos, treinamos dez. Mas é o que posso fazer, além de lutar por mais incentivos”, disse.
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