A diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), Magda Chambriard, sinalizou que os próximos leilões de áreas exploratórias pode passar por um “aprimoramento” na política de conteúdo local. Segundo ela, a política passou “bastante tempo” sem revisões. A diretora ainda indicou que a 14ª rodada de licitações, prevista para 2017, poderá ofertar áreas próximas às regiões onde a Petrobras pretende vender blocos.
“Nos preocupamos em sugerir ofertas de áreas fazendo escala com áreas onde a Petrobras quer desinvestir”, afirmou Magda, após participar da entrega do prêmio de inovação da ANP.
A diretora não detalhou quais as áreas ou bacias que serão incluídas no leilão, previsto para o primeiro semestre do próximo ano. Magda indicou que as decisões serão tomadas no âmbito do Ministério de Minas e Energia e do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). “Não posso falar pelos outros”, disse a diretora, que encerra o mandato novembro.
As áreas em estudo para o próximo leilão são, em parte, as mesmas levadas a leilão na 13ª rodada, nas bacias da Margem Equatorial. O leilão, realizado em outubro do último ano, teve apenas 14% das áreas arrematadas.
Para garantir atratividade às áreas já rejeitadas, a diretora sinalizou que fará “ajustes” nas condições da oferta, como o tamanho das áreas e o bônus de assinatura exigido. Ela indicou que o fracasso do último leilão estava relacionado à queda nas cotações de petróleo.
“Tudo está sendo feito e pensado em contexto de negócio compatível com o preço de US$ 50 o barril de petróleo, para facilitar o apetite das empresas no Brasil”, afirmou Magda.
Outro item que pode ser revisto é a exigência de conteúdo local. Questionada sobre a redução nos itens exigidos, a diretora disse “não ter a resposta”. Ela indicou que mudanças devem acontecer, em linha com o Programa de Estímulo à Competitividade da Cadeia Produtiva, ao Desenvolvimento e ao Aprimoramento de Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás Natural (Pedefor), lançado em janeiro para estimular investimentos na cadeia de fornecedores do setor.
“Estamos aprimorando o conteúdo local. Fazia bastante que não havia aprimoramento e tudo na vida precisa de aprimoramento contínuo”, indicou.