Nas semanas que antecedem a mudança no funcionamento do crédito rotativo, bancos elevaram mais uma vez os juros cobrados no cartão para um novo recorde histórico. Além do aumento da taxa no rotativo, o crédito parcelado teve forte alta de 8,1 pontos em apenas um mês – o maior aumento entre todas as operações de crédito livre para pessoa física.
Dados apresentados na manhã desta quinta-feira, 23, pelo Banco Central mostram que o juro médio total cobrado no rotativo do cartão de crédito subiu 2,2 pontos porcentuais e a taxa média subiu de 484,6% ao ano em dezembro para 486,8% ao ano em janeiro. A taxa média praticada no mês passado foi a maior da série histórica do BC para o rotativo do cartão de crédito, iniciada em março de 2011. Entre todas as operações de crédito acompanhadas pelo BC, o rotativo tem a taxa mais elevada, batendo até mesmo a do cheque especial.
Além do aumento do juro do crédito rotativo, o crédito parcelado no cartão – operação que deve ser oferecida como “porta de saída” para os clientes que usarem o rotativo por 30 dias – também teve aumento e o juro subiu 8,1 pontos, passando de 153,8% ao ano para 161,9% ao ano. Esse aumento do juro foi o maior registrado pelo BC entre todas as linhas de crédito para pessoa física no mês passado.
A mudança no cartão de crédito prevê que o uso do rotativo deve ser pelo prazo máximo de 30 dias. Depois disso, a dívida deverá migrar obrigatoriamente para outra modalidade de crédito com juros menores, como o parcelado do cartão. Os bancos têm até 3 de abril para se adequarem às novas regras.
Quando anunciou a medida, a expectativa do governo e do BC era de que a mudança abriria espaço para a redução dos juros cobrados dos clientes, já que boa parte do custo das taxas vem do risco de inadimplência.