A turbulência nos bastidores do Corinthians vem afetando o rendimento do time dentro de campo, afirmou António Oliveira. O treinador cobrou "paz e estabilidade" no clube após o empate com o Atlético-GO por 2 a 2, na noite desta terça-feira. E também pediu a chegada de reforços na próxima janela de transferências.
"Independentemente de percebermos que a semana tem sido conturbada, mas, dentro daquilo que é o nosso grupo, ninguém toca, ninguém mexe, independentemente de sabermos o que se passa ao nosso lado. E o que nós queremos é um clube são, um clube estável, um clube onde existe a paz. Para nos transmitir também isso, essa segurança, essa estabilidade, para nós podermos desempenhar as nossas funções", declarou.
O treinador português se referia à série de polêmicas e notícias negativas envolvendo o clube fora de campo nas últimas semanas. A maior delas foi o fim do contrato com a patrocinadora master do clube, a Vai de Bet, que solicitou a rescisão por causa da polêmica envolvendo pagamentos da intermediadora do acordo com uma suposta empresa "laranja".
No mesmo dia, sexta-feira passada, dois diretores ligados a uma chapa que apoiava o presidente Augusto Melo entregaram os cargos, colocando pressão no mandatário. Ele afirmou ter sido alvo de "traidores" e aguarda o resultado de inquérito da Polícia Civil.
Na segunda-feira, Melo concedeu longa entrevista coletiva em que deu declarações polêmicas e cometeu uma gafe com outro patrocinador, a EZZE Seguros. Na terça, o clube soltou nota em conjunto com a patrocinadora para garantir que o acordo continua e explicou que não há nada de ilícito com a parceira.
Oliveira demonstrou insatisfação também com o atual elenco corintiano. E pediu publicamente por reforços. "Há uma exigência técnica e uma necessidade clara que a equipe tem. E eu, como treinador, quero ter 20 jogadores com capacidade para competir dentro da sua posição. Basicamente é ter dois jogadores por posição capazes de competir até dentro das competições, porque nós, o Corinthians, estamos em todas as competições e com objetivos dentro delas. Essa é que é a realidade", afirmou.
E reforçou que as atuações abaixo do esperado do time são consequências da falta de novos jogadores. "É evidente que temos sofrido muitos revezes dentro daquilo que é o nosso elenco. Portanto, muitas saídas, muitas lesões. E nessa perspectiva vamos cada vez mais reduzindo aquilo que são as nossas opções. Existe uma necessidade clara de reforço da equipe, mas agora nós não podemos reforçar. Temos que viver com esta gente que tem tido um prazer e um orgulho enorme de trabalhar, até mais sete jogos. Portanto, a partir daí, vemos o que é que se vai passar."