A vacina contra dengue produzida pela Sanofi Aventis foi liberada no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o registro para o produto. A decisão, publicada nesta segunda-feira, 28, no Diário Oficial, permite que o imunizante seja comercializado, mas não significa que ela passará a ser adotado no Sistema Único de Saúde.
Para isso, é preciso a aprovação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS (Conitec). Nessa avaliação, é levada em conta, por exemplo, a relação entre benefício do produto e o impacto para o orçamento público.
A vacina produzida pela Sanofi Aventis é a primeira validada para uso no Brasil. Ela passa a ser indicada para proteção contra os sorotipos 1, 2, 3 e 4 da dengue na população com idade entre 9 e 45 anos. De acordo com a agência, não há atualmente dados suficientes para comprovação da segurança do uso da vacina em outras faixas etárias. O produto não protege contra zika nem chikungunya.
O imunizante apresentou uma eficácia global de 65,6% contra a doença. Essa, no entanto, é a média. Os índices de proteção variam bastante de acordo com sorotipo. Contra o tipo 1, por exemplo, é de 58,4%. Já contra o subtipo 2, a proteção é inferior: 47,1%. Contra o sorotipo 3 é de 73,6% e de 83,2% contra o sorotipo 4. A redução da hospitalização por dengue está calculada em 80%.
O pedido de registro da vacina da Sanofi havia sido apresentado em março. Além do Brasil, o produto já teve registro concedido no México e Filipinas.
A vacina da Sanofi deve ser aplicada em três doses, ao longo de um ano.
Quando a solicitação começou a ser avaliada, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, mencionou que o maior problema era o custo. Cada dose custa cerca de 20 euros. “Para uma população de 200 milhões de habitantes, é completamente inviável”, disse há cerca de duas semanas.
Uma outra alternativa está em testes no Instituto Butantã, em parceria com o NIH dos Estados Unidos. No início do mês tinha recebido sinal verde da Anvisa para o início da fase 3 das pesquisas.