A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu temporariamente os testes em humanos da vacina CoronaVac contra a Covid-19. De acordo com a agência, a interrupção foi determinada nesta segunda-feira, 9/11, por causa de um “evento adverso grave”, mas não deu detalhes sobre a causa específica da suspensão.
A Anvisa informou que foi notificada do “evento” em 29 de outubro. Mais de 10 dias depois, determinou que nenhum novo voluntário poderá ser vacinado até que a agência possa avaliar os dados e “julgar o risco/benefício da continuidade do estudo”.
Segundo uma lista divulgada pela agência, são considerados eventos adversos graves “morte, evento adverso potencialmente fatal, incapacidade ou invalidez persistente, internação hospitalar do paciente, anomalia congênita ou defeito de nascimento, qualquer suspeita de transmissão de agente infeccioso por meio de um dispositivo médico e evento clinicamente significante”.
Butantan estranha decisão
Em entrevista à TV Cultura, o diretor do Butantan, Dimas Covas, disse estranhar a decisão da Anvisa e afirmou que o óbito não está relacionado com a vacina. “Ocorreu um óbito que não tem relação com a vacina. Portanto, não existe nenhum motivo para interrupção do estudo clínico”, disse Covas.
Em nota, o Butantan informou que “foi surpreendido” pela decisão da Anvisa e que está “apurando em detalhes o que houve com o andamento dos estudos clínicos da Coronavac”.
Presidente comemora
O presidente Jair Bolsonaro usou a suspensão pela Anvisa para, mais uma vez, atacar o governador de São Paulo, João Doria. Em resposta a um seguidor em sua conta no Facebook, o presidente escreveu que “ganhou” do tucano.
O comentário de Bolsonaro foi publicado em resposta a um usuário, que perguntou se o Brasil poderia comprar e produzir a vacina. O presidente citou três dos efeitos listados hipoteticamente pela Anvisa e ainda recordou uma de suas desavenças com Doria, sobre a obrigatoriedade ou não dos imunizantes. Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha.