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Ao lado de FHC, Aécio sobe o tom com relação a Marina

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, subiu nesta terça-feira o tom contra a adversária do PSB, Marina Silva, alçada à cabeça de chapa após a morte do ex-governador Eduardo Campos, e que já ultrapassou sua candidatura nas mais recentes pesquisas de intenção de voto. Ao lado do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso e de outras lideranças, Aécio voltou a falar da confiança de que estará na disputa do segundo turno, classificando a candidatura Marina de “metamorfose ambulante”.

Em coletiva no comitê de campanha em São Paulo, Aécio disse que o improviso não é o melhor conselheiro. “De um lado temos um governo que reage aos índices de pesquisa, alterando suas convicções com certo desespero, o que não é bom. De outro lado o que vejo é uma candidatura que mais se assemelha a uma metamorfose ambulante, que altera suas convicções ao sabor das circunstâncias.”

Nas críticas a Marina, o presidenciável tucano a acusou de plagiar, no capítulo dos Direitos Humanos de seu programa de governo, lançado na semana passada, o texto do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) de 2002, do governo de Fernando Henrique Cardoso. “O capítulo do programa de Marina é uma cópia exata do PNDH de FHC, ela poderia ter pelo menos dado crédito aos autores verdadeiros da proposta e a FHC”, cobrou.

Além de Marina, Aécio voltou a criticar a adversária do PT, presidente Dilma Rousseff, dizendo, mais uma vez, que sua candidatura fracassou e que está convencido de que Dilma vai perder essas eleições. E justificou que isso vai ocorrer porque “o governo do PT vai entregar o País em condições piores, com inflação e juros em alta, recessão e crise de confiança”. E defendeu o seu pleito: “Somos a candidatura mais consistente, temos um grande time, uma verdadeira seleção para realizar um projeto de País, que não pode ser feito na base de improvisos.”

Respeito

Antes de centrar seu discurso nos ataques a Marina Silva, Aécio disse que a respeitava, mas era preciso deixar claro “as contradições que ela representa”. E questionou: “Em quais Marinas o eleitor pretende votar, a que ataca ou a que foi do PT? A que defende os pilares macroeconômicos ou a que votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no Congresso Nacional quando era do PT? É a Marina que se calou no escândalo do mensalão e continuou no governo petista?” E frisou que é necessário que o Brasil conheça as reais convicções da candidatura de Marina Silva, dizendo ainda temer o discurso que ela faz de negação da política.

O presidenciável tucano teve o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em sua estratégia de partir para o ataque às duas adversárias mais bem posicionadas nas pesquisas de intenção de voto, Dilma Rousseff e Marina Silva . Em rápido pronunciamento, o ex-presidente tucano falou que a candidatura de Aécio Neves “tem tudo para ser vitoriosa”. E disse que isso se dará com base no fato de que ele tem o melhor time e experiência em gestão para colocar o Brasil novamente no rumo do crescimento sustentável.

Fernando Henrique lembrou que seu governo só conseguiu “domar a inflação” porque contava com um grande time de colaboradores. “Eu nem entendia muito de economia, mas contava com um grande time para fazer as mudanças necessárias. Pois não se governa sozinho”, numa crítica ao fato de Marina Silva não contar com um leque de apoio político considerado consistente para fazer as reformas que o País precisa. “Um mapa (de mudanças) não se faz só com ideias, mas com história.”

Equipe

Sem citar o nome de Marina, FHC disse ainda que a confiança para mudar o Brasil não pode ser depositada apenas em uma pessoa, mas deve ser feita em uma equipe. “O Brasil precisa de alguém com experiência para governar”, argumentou, dizendo que o candidato que tem essas credenciais é o correligionário Aécio Neves.

Aécio evitou falar sobre as declarações feitas por seu coordenador-geral de campanha, senador Agripino Maia, que sinalizou apoio a Marina Silva em um eventual segundo turno que não conte com a participação de Aécio. “Vou estar no segundo turno, não sei contra quem”, disse. A respeito dos boatos que poderia renunciar à sua candidatura presidencial, o tucano ironizou: “Espero que Dilma não renuncie, apesar da derrota que ela vai ter.”

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