Primeiro brasileiro campeão da NBA com o San Antonio Spurs, em 2014, Tiago Splitter anunciou a sua aposentadoria aos 33 anos. Com uma lesão no quadril, ele teria de ser submetido a uma cirurgia para tentar voltar a jogar, mas optou por não passar pela intervenção e se aposentar.
“Vou parar de jogar. É uma decisão que tomei nesses últimos meses, não é uma coisa que eu quero, mas a lesão que tive no quadril está sendo mais problemática do que a gente achava. É um momento difícil porque você para de fazer uma coisa que fez a vida inteira. Eu me lembro de estar em uma quadra de basquete desde que lembro da minha pessoa. Conversei com minha família, minha esposa, todo mundo e, realmente, chegou o momento de pendurar o tênis”, disse Splitter em entrevista ao canal SporTV durante o fim de semana do All-Star Game, em Los Angeles.
O último jogo oficial de Splitter foi há dez meses pelo Philadelphia 76ers. O jogador tem uma prótese no lado direito de seu quadril, mas as dores musculares o impediram de continuar jogando em alto nível.
“Fiz a cirurgia no lado direito do quadril. Estava até bem. Coloquei um pedaço de metal no quadril. Fui o primeiro a jogar com uma prótese na NBA. O outro lado começou a machucar. Procurei o mesmo médico. Fiz ressonância e viram que acabou a cartilagem, gastou com o tempo. Teria que fazer a mesma coisa do outro lado se quisesse jogar. Na época, estava com 32 anos e precisaria de mais 12, 13 meses de recuperação. Não estaria mais bem fisicamente para competir com essa garotada”, disse.
Na NBA, Splitter defendeu San Antonio Spurs, Atlanta Hawks e Philadelphia 76ers e disputou 355 jogos, sendo titular em 153. O brasileiro encerra a carreira com média de 7,9 pontos e cinco rebotes por partida.
Splitter ainda não decidiu o que fará no futuro. Durante os Jogos Olímpicos de 2016, ele foi comentarista e repórter da TV Globo, e, no ano passado, fez estágios com treinadores durante a pré-temporada da NBA.
“Muitas pessoas que passaram pela mesma situação falaram para tentar tudo, seja técnico, jornalista, diretor. Botei isso em prática. Estudei jornalismo em um curso da associação de jogadores da NBA, vou fazer um de business em Harvard. Fiz vários camps, treinando meninos, fazendo um pouco de scout. Há um ano que estou experimentando coisas novas. O lado da imprensa é muito interessante. Uma coisa importante que o atleta não vê. A mídia quer jogar o basquete para cima, e o atleta vê (a imprensa) como inimigo. Eu mesmo demorei para entender isso”, afirmou.