Com piora no índice de transmissão do coronavírus e aumento na ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e de enfermagem em Belo Horizonte, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) anunciou ontem a paralisação no processo de reabertura da economia.
A volta gradual da atividade econômica no município foi iniciada na segunda-feira. A próxima fase estava prevista para o início da semana que vem. "Deus permita que na próxima semana não tenhamos de anunciar lockdown", afirmou ontem Kalil, durante o anúncio da suspensão da reabertura da cidade.
A decisão levou em consideração também, conforme o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, risco de contágio em cidades do interior e da Região Metropolitana, que dependem do sistema de saúde da capital. Na última segunda, voltaram a funcionar na cidade shoppings populares, livrarias e salões de beleza, por exemplo. Na próxima segunda, voltariam lojas de roupas, calçados, acessórios e material esportivo, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de BH. Os setores que já voltaram continuarão funcionando. Para o presidente da entidade, Marcelo de Souza e Silva, a decisão da prefeitura de frear a reabertura chegou como "um balde de água fria".
O índice de transmissão do vírus na cidade passou de 1,09 na sexta-feira para 1,24 ontem. Também cresceu a taxa de ocupação de leitos em hospitais – de 40% para 52% em UTIs e de 34% para 43% para leitos de enfermagem. Kalil afirma que, se dependesse apenas da cidade, a reabertura poderia ocorrer de forma mais rápida. Mas, em apenas um dia, chegaram 56 pacientes de outros municípios para atendimento na capital.
<b>Subnotificação</b>
Há ainda o problema de falta de registros. A subnotificação de diagnósticos de covid-19 em Minas Gerais pode ser hoje de dez por um, ou seja, para cada caso oficial, existiriam, na verdade, dez, conforme cálculo da própria Secretaria de Estado de Saúde. Minas acumula 9.232 casos registrados de infecção. E as mortes chegam a 257.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>