O lateral Danilo explicou o impasse em relação à negociação para ser liberado pela Juventus para a seleção brasileira. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira na Granja Comary, o jogador assegurou que só viajou da Itália para Teresópolis porque os resultados de seus exames deram negativo. O clube de Turim determinou que todos jogadores passassem por um período de isolamento, mas ele acabou conseguindo a liberação para se apresentar ao elenco de Tite.
"É uma situação que exige interpretação. Que fique claro que quando viajei tinha todos os testes negativos. Foi uma decisão pessoal que ficou nas nossas mãos. No momento em que senti segurança, com todos os testes negativos, não tive dúvidas de vir", explicou. "É um momento muito complicado. Existem muitas dúvidas e interpretações diferentes. Continuo negativo até agora. Isso vai ter que ser conversado após o meu retorno. Meu foco agora é completamente na seleção", completou o lateral.
A Juventus impôs a quarentena ao grupo depois que dois funcionários testaram positivo para a covid-19 no último sábado. No fim, Danilo contou que a decisão de furar a "bolha" ficou nas mãos dos atletas e, assim, ele decidiu se apresentar à seleção brasileira. Agora busca estar presente em todas as outras convocações de Tite. Ele deve ser titular da lateral-direita na estreia nas Eliminatórias diante da Bolívia, sexta-feira.
"Eu almejo e coloco como objetivo esse próximo ciclo da seleção brasileira, que se inicia. Penso em trabalhar para estar em todas as convocações e ajudar nas partidas, com o objetivo de estar na Copa do Mundo e poder vencer", ressaltou o jogador, que falou muito sobre a importância de atuar em mais de uma função. Além da lateral, ele já jogou no meio de campo ao longo de sua carreira.
"Acho que é o futuro do futebol a maioria dos jogadores ter de exercer mais de uma função. O futebol é boa ocupação, boa leitura de tempo, adversário, espaço. Atuava como meio-campista no Santos e acabei trilhando meu caminho mais como lateral. Vou me reinventando a cada temporada", avaliou.
Danilo também comentou a respeito da renovação no plantel de Tite com vistas à disputa da Copa do Mundo de 2022, no Catar. Para os dois primeiros jogos das Eliminatórias, o treinador chamou três jogadores pela primeira vez: Bruno Guimarães, Gabriel Menino e Matheus Cunha, este convocado para o lugar de Gabriel Jesus, cortado por lesão.
"O processo pode ser comparado ao trabalho de um clube, onde se mantém uma base de jogadores experientes e há entrada de jogadores mais jovens pouco a pouco. Na seleção não tem o mesmo tempo e paciência para essa adaptação. Acho muito importante essa nova geração vir entrando aos poucos. Jogar pela seleção é motivo de orgulho, mas também de cobrança. Para esses meninos mais jovens terem tranquilidade para jogar um futebol bacana é importante ter uma base bem formada para dar suporte a eles", analisou.
A qualidade do jogo foi outro assunto abordado na coletiva. Para o lateral, além de vencer é importante mostrar um futebol de alto nível, algo reiterado com frequência por Tite, que avalia que jogar bem é caminho para a vitória.
"Não é só vencer e ponto. Acho importante a forma como vence, é jogar bem para vencer. Tite sempre bate nesta tecla de jogar bem para vencer. A nossa preparação diária antes dos jogos tem o mesmo nível de importância dos jogos. A gente começou com foco grande na preparação e isso te dá grande chance de jogar bem. A seleção, com a qualidade que tem, se jogar bem, imagino que vai vencer a maioria dos jogos", opinou.
Na tarde desta quarta, a seleção faz a última atividade na Granja Comary. Em seguida, viaja para São Paulo. No dia seguinte, o trabalho será na Neo Química Arena, palco da partida de sexta-feira contra a Bolívia, na estreia das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022.