O Evernote, popular aplicativo de bloco de notas, continua a crescer sua base de usuários no Brasil apesar da crise. O País é o segundo mercado mais importante para a plataforma em todo o mundo – atrás somente dos Estados Unidos – e puxa o crescimento do serviço na América Latina. Em outubro, ele alcançou a marca de 15 milhões de usuários na região, dos quais 7 milhões estão no Brasil.
“É um crescimento verdadeiramente espetacular. Nossos números no Brasil estão superando o crescimento do serviço na China”, diz o gerente-geral do Evernote para a América Latina, Luis Samra. Segundo a empresa, o Brasil apresentou crescimento de 114% no número de usuários no último ano. A cada mês, o serviço adiciona, em média, 300 mil novos brasileiros à sua base global de mais de 150 milhões de usuários.
O crescimento do número de adeptos do serviço no País impressiona ainda mais por conta do momento de crise econômica. Embora seja possível utilizar o Evernote de forma gratuita, a maior parte dos recursos do aplicativo só está disponível para quem paga uma assinatura. Até o início de 2015, era preciso desembolsar US$ 45 ao ano para usufruir de todas as funcionalidades.
“Nossos preços estavam fora da realidade do Brasil e de outros países emergentes. Fizemos mudanças e tivemos boa aceitação”, conta Samra. Em abril, a equipe do serviço reduziu o preço do plano premium para US$ 25; além disso, eles lançaram um novo plano plus, com alguns recursos a menos, com preço de US$ 12.
Estratégia
Não foram só os preços do Evernote que mudaram nos últimos tempos. No final de julho, o ex-executivo responsável pelo projeto do Google Glass, Chris ONeil, assumiu o cargo de CEO no lugar do fundador do Evernote, Phil Libin. “Ele está simplificando nossa operação e agora nossa orientação é focar em melhorar nosso principal serviço, o Evernote”, afirma Samra.
A estratégia é, de certa forma, contrária à adotada pela empresa nos últimos quatro anos. Neste período, o Evernote lançou uma série de aplicativos independentes, como o Food, uma espécie de livro de receitas virtual; e o Pick, um caderno de perguntas e respostas. Com a chegada de ONeil, esses aplicativos não receberão novas atualizações. “Fazer muitas coisas ao mesmo tempo estava nos distraindo do negócio principal”, diz o gerente-geral da empresa na América Latina.
Segundo Samra, o foco da empresa nos próximos meses é melhorar os principais recursos do Evernote. É o caso da busca, usada para encontrar os conteúdos adicionados às notas – entre eles, texto, áudio e imagem. Outra preocupação é o mecanismo de sincronização das anotações, que garante que as informações estarão disponíveis em qualquer dispositivo, seja ele um smartphone, tablet ou PC.
Até o final do ano, a equipe também pretende unificar o editor de notas em todas as plataformas. “Estamos presentes em muitas plataformas, mas cada uma delas apresenta uma diferença na forma como os usuários escrevem e guardam suas notas”, diz Samra. Com o design único, a expectativa é de que os usuários “anotem” ideias com mais frequência no app, já que será mais fácil achar as principais ferramentas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.