Em mais um dia de tensão nos mercados por causa do avanço militar da Rússia na Ucrânia, o petróleo disparou ontem e superou os US$ 100 o barril. A escalada começou logo pela manhã, mas ganhou força durante a tarde após a Agência Internacional de Energia (AIE) – que representa os consumidores-chave de petróleo – anunciar a liberação de estoques, em tentativa de sinalizar que não haverá desabastecimento.
A medida, no entanto, não conseguiu conter a alta de commodity. O petróleo WTI para abril fechou em alta de 8,03%, em US$ 103,41 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex); e o Brent para maio avançou 7,15%, para US$ 104,97 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O anúncio da AIE prevê a liberação de 60 milhões de barris de estoques para apoiar a oferta da commodity no mercado. Segundo o grupo, isso corresponde a 4% de toda a reserva dos 31 países que compõem a agência, de 1,5 bilhão de barris. A expectativa é de que sejam liberados 2 milhões de barris por dia durante 30 dias. A Casa Branca ainda disse que a agência considera novas liberações de reservas emergenciais, se necessário.
<b>Aperto</b>
Em comunicado ao mercado, a agência afirmou que a invasão russa ocorre em um momento em que o mercado de petróleo já se encontra apertado e altamente volátil, com estoques comerciais em seus menores níveis desde 2014 e uma capacidade limitada de produtores de aumentarem a oferta.
"A situação nos mercados de energia é muito grave e exige toda a nossa atenção. A segurança energética global está ameaçada, colocando a economia mundial em risco durante um estágio frágil da recuperação", afirmou o diretor executivo da AIE, Fatih Birol.
Hoje a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) se reúne para tratar da oferta de petróleo e, segundo fonte, devem manter o acordo de aumentar a oferta em 400 mil barris por dia.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>