Economia

Apesar da queda no preço de alimentos, gasto com restaurantes sobe

Apesar da queda inédita nos preços dos alimentos registrada neste ano, comer fora de casa não está mais barato. De janeiro a outubro, a alimentação fora do domicílio acumula uma alta de 2,84%, enquanto a alimentação dentro de casa caiu 4,57% no mesmo período. O grupo alimentação como um todo, que inclui fora e dentro de casa, recuou 2,02% de janeiro a outubro, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE.

“Historicamente, a alimentação fora de casa tem variações maiores do que alimentação dentro de casa”, observa o economista da LCA Consultores, Fabio Romão. Neste ano, apesar do resultado estar no terreno positivo e contrastar com a queda registrada na alimentação dentro de casa, o economista frisa que a alta da alimentação fora de casa é muito menor do que foi no passado. Entre 2011 e 2016, comer fora de casa ficou cerca de 10% mais caro a cada ano. A projeção da consultoria para 2017, é fechar com alta de 3,17%.

Paulo Solmucci Jr., presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que reúne cerca de um milhão de estabelecimentos no País, justifica a alta de preços do setor, argumentando que os alimentos são apenas parte do custos. Nas suas contas, eles representam 33% das despesas de restaurantes e bares. Depois estão os gastos com mão de obra (25%), aluguel (10%), impostos (15%), tarifas de água, luz (8%), entre outras.

“Não só sentimos como comemoramos a queda dos preços dos alimentos”, diz o presidente da Abrasel. Mas ele ressalta que, além dos custos dos bares envolverem serviços e outras despesas na formação de preços, o setor ficou muito pressionado nos últimos anos. Por isso, agora está recompondo as margens perdidas pela queda no faturamento.

De 2015 até meados deste ano, a receita dos bares e restaurantes caiu, em média, 15% por causa da crise. A reação começou nos últimos meses, mas ainda é muito tímida, um avanço de 2,5%, calcula. Como há muitas despesas fixas no setor, como aluguel, por exemplo, e o movimento não cresceu significativamente, não é possível diluir esses gastos fixos e reduzir preços ao consumidor. / M.C. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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