Estadão

Apesar de feriados e temor com seca, Ibovespa testa nova marca recorde

O Ibovespa testou nesta segunda-feira nova marca recorde, acima dos 126 mil pontos, atingindo 126.101,86 pontos, apesar da ausência de Nova York nesta data. O índice é puxado especialmente pelas ações ligadas ao setor de commodities metálicas (Vale ON subia 2,37% e CSN ON, 2,74%, por exemplo), enquanto as do segmento de energia (Unit Energisa caía 1,82%) operam em baixa, em maior a riscos hídricos no País. Às 11h02, o Ibovespa subia 0,20%, aos 125.801,65 pontos. Na sexta, fechou em alta de 0,96%, a 125.561,37 pontos, superando o recorde de encerramento anterior (125.076,63), de 8 de janeiro. Em maio até agora, acumula 5,81%, o que será o terceiro mês seguido de valorização.

Apesar desse desempenho, o Ibovespa ainda pode ter uma segunda-feira de instabilidade devido à falta de referência de Nova York, fechada por causa das celebrações ao Memorial Day, e de Londres, por causa do feriado da Primavera no Reino Unido. Para completar, na quinta-feira (Corpus Christi) o mercado local fica fechado, o que tende a também reduzir a liquidez por aqui.

Porém, analistas afirmam que ainda há espaço para o Ibovespa testar a quarta alta seguida, fechando maio com valorização, o que será o terceiro consecutivo, contrariando a maldição do mês, conforme mostrou reportagem especial do <i>Broadcast</i> (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) no começo de maio.

Além disso, os especialistas acreditam que junho deve ser mais um mês de ganhos para o índice Bovespa, mas sem abandonar a volatilidade. "Embora o Ibovespa esteja alto, ainda pode ter um mês de junho positivo, mas é há certa cautela por causa da preocupações de uma terceira onda da covid-19 no Brasil. Algumas cidades estão fechando suas atividades. Toda vez que isso acontece, afeta a busca por passagem aérea, serviços, restaurantes. Porém, muitos setores já se adaptarem a esse cenário aprendizado, então podem sofrer menos. Mas a vacinação precisa atender mais pessoas", avalia Gustavo Cruz, da RB Investimentos.

Junho começa com divulgações importantes, como o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre do Brasil, amanhã, que deve mostrar avanço em torno de 0,70% no primeiro trimestre ante o anterior, e o relatório de emprego americano, na sexta, nos Estados Unidos. "Apesar dos feriados, é uma semana de agenda de indicadores importantes: tem Livro Bege quarta e o payroll nos EUA. São dois drivers que podem ditar para onde vão os mercados", afirma Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest.

Hoje, a alta nas cotações das commodities – minério de ferro fechou em alta de 4,37%, a no porto chinês de Qingdao (US$ 198,83 t.) e o petróleo no exterior – podem amparar ganhos do Ibovespa. Apesar da valorização do petróleo, Petrobras cedia em torno de 0,40%, de olho no noticiário envolvendo a empresa, como a de que a companhia reafirmou na noite deste sábado, 29, a sua política de preços.

Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a estatal reforçou que "monitora permanentemente o mercado e, a partir de uma percepção de realinhamento de patamar, seja de câmbio, seja de cotações internacionais de petróleo e derivados, realiza reajustes de preço". A reafirmação da política ocorre um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro afirmar que a estatal estaria realizando estudos para que exista "previsibilidade no aumento" dos combustíveis.

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