A retórica de independência entre os poderes utilizada pelos vereadores para mostrar força diante do Executivo deve ser deixada de lado hoje, quando acontecerá a votação mais importante do ano: a escolha do novo presidente do Legislativo. E isso porque os parlamentares devem eleger por maioria o vereador Eduardo Soltur (PV), que mantém ligação estreita com o Governo Municipal e por ter sido escolhido "a dedo" pelo prefeito Sebastião Almeida (PT) como mediador dos interesses do Executivo na Câmara.
A mulher de Soltur, Karina Celeste Moura, é sócia-diretora da Viação Transpérola, empresa de prestação de serviços na área de transporte com quem a Prefeitura mantém contratos que em pouco mais de um ano somaram cerca de R$ 12,5 milhões. A relação não causaria espanto se Soltur não fosse um parlamentar, cuja principal missão é exercer a fiscalização sobre as atividades do Executivo. Esse fator, entretanto, não foi considerado pela maioria dos vereadores que já declararam apoio ao candidato verde.
A parceria entre Soltur e o Executivo se torna ainda mais evidente a partir do momento em que o parlamentar articulou junto a bancada governista um verdadeiro golpe a fim de deixar fora da Mesa Diretora e da presidência das principais comissões membros da oposição e do bloco de centro. A manobra culminou com a formação de uma chapa fechada, na qual Soltur e o líder da bancada petista Edmilson Souza dividirão os cargos mais importantes da mesa, respectivamente, presidente e primeiro vice-presidente.
Apesar das ameaças feitas pela oposição e pelo centrão em não votar na chapa fechada, Soltur segue com maioria e deve se consolidar o novo chefe do Legislativo somente com o apoio da base governista. A certeza é tanta que o parlamentar se recusa a discutir junto aos vereadores a composição da mesa.
Durante a sessão de ontem, Soltur articulou junto aos parlamentares e registrou a chapa que será colocada em votação hoje. Ela é composta por Soltur (presidente), Edmilson Souza, PT (1° vice presidente), Wagner Freitas, PR (2° vice presidente), Toninho Magalhães, PTC (1° secretário), Paulo Sérgio, PV (2° secretário), Lameh Smeili, PT do B (3° secretário), e Auriel Brito, PT (4° secretário).
Para Soltur, tanto oposição quanto o centrão perderam a oportunidade de assegurar espaço na Mesa Diretora. "Eu pedi voto somente para presidente. Eles não pediram voto", justificou Soltur, confirmando que a chapa foi montada na última quinta-feira, durante almoço com parlamentares e Sebastião Almeida. Segundo ele, o prefeito não teve participação direta na escolha dos representantes.
Veja como deve ser a votação para a presidência da Casa
Alan Neto (PSC) – Eduardo Soltur
Eduardo Carneiro (PSL) – Indefinido
Zé Mário (PTN) – Eduardo Soltur
Ricardo Rui (PPS) – Indefinido
Vitor da Farmácia (PSDC) – Eduardo Soltur
Edmilson Americano (PHS) – Eduardo Soltur
Edmilson Souza (PT) – Eduardo Soltur
Eduardo Kamei (PSDB) – Eduardo Soltur
Eduardo Soltur (PV) – Eduardo Soltur
Eraldo Souza (PSB) – não foi encontrado
Geraldo Celestino (PSDB) – Indefinido
Girlênio (PSL) – Eduardo Soltur
Guti (PMDB) – Eduardo Soltur
Helena Sena (PSC) – Eduardo Soltur
Índio de Cumbica (DEM) – Eduardo Soltur
Jonas Dias (PT) – Eduardo Soltur
Lamé (PT do B) – Eduardo Soltur
Luiza Cordeiro (PC do B) – Indefinido
Alencar Santana (PT) – não foi encontrado
Novinho Brasil (PTN) – Eduardo Soltur
Otávia Tenório (PRP) – Eduardo Soltur
Paulo Roberto (PP) – Eduardo Soltur
Paulo Sérgio (PV) – Eduardo Soltur
Auriel Brito (PT) – Eduardo Soltur
Eneide Moreira (PT) – Eduardo Soltur
Marisa de Sá (PT) – Eduardo Soltur
Rômulo Ornelas (PT) – Eduardo Soltur
Romildo Santos (PSDB) – Eduardo Soltur
Silvana Mesquita (PV) – Eduardo Soltur
Toninho Magalhães (PTC) – Eduardo Soltur
Unaldo Santos (PSB) – Eduardo Soltur
Wagner Freitas (PR) – Eduardo Soltur
Zé Luiz (PT) – Eduardo Soltur
Zuquila (PR) – Indefinido