O GuarulhosWeb testou o aplicativo CittaMobi, lançado pela Prefeitura de Guarulhos em 30 de março, e conversou com usuários para saber quais as vantagens e desvantagens do sistema que promete auxiliar os passageiros do transporte público municipal.
O itinerário de ida e volta escolhido foi do Parque Renato Maia, próximo ao Bosque Maia, até o Jardim Vila Galvão, praça Nossa Senhora Aparecida. Como não existem linhas únicas entre os bairros, foi preciso desembarcar no Centro para seguir viagem em outro coletivo.
O ponto escolhido para a partida foi a Rua Carlos Mesquita, altura do número 197, em frente à redação do GuarulhosWeb, por onde passam três linhas sentido centro de Guarulhos. Porém, o aplicativo só apresenta duas, deixando de fora a 713 – Termina Pimentas, operado pela Campo dos Ouros.
O desembarque e embarque para a linha 277 – Emilio Ribas /Praça Nossa Senhora Aparecida, aconteceu tranquilamente, mas o coletivo chegou 7 minutos antes do previsto.
O retorno para o Parque Renato Maia teve também seus imprevistos. A princípio, o coletivo de número 277, que seguia agora rumo ao Centro se adiantou em 8 minutos. Caso o passageiro estivesse se baseando pelo aplicativo perderia o ônibus e teria que esperar o próximo que poderia também apresentar o mesmo problema.
Desembarcando na rua João Gonçalves, altura do número 342, em frente ao Hospital da Criança, para embarcar no 232 – Jardim Adriana / Jardim Paraventi, outro problema. Minutos depois, a reportagem identificou, através da foto disponível no aplicativo, que o ponto estava localizado no sistema como rua Oswaldo Cruz. Ou seja, o passageiro – se não for um usuário da linha – recebe a informação errada.
A proposta do aplicativo é excelente, já que dá ao passageiro a possibilidade de sair de casa com tranquilidade ou até mesmo não permanecer em pontos precários, conhecidos pela criminalidade. Porém alguns problemas podem atrapalhar ainda mais a vida do passageiro. O deficiente visual, por exemplo, poderia ser prejudicado neste trajeto realizado pelo GuarulhosWeb pelo fato do adiantamento do coletivo.
As amigas Maria da Anunciação e Daiane Silva estavam se baseando pelo aplicativo e contaram que estavam confusas com o tempo de espera, já que os número variavam e permaneciam sem mudança por muito tempo.
Passageira espera 105 minutos por ônibus
A bancária Gabriela Moura trabalha no Cocaia e mora no Jardim Munhoz. Ela decidiu usar o aplicativo para minimizar o tempo de espera pelo 230 – Jardim Munhoz. Porém, o que era para ser motivo de alívio se tornou revolta. O aplicativo indicava, às 16h51, nove minutos antes de sua saída do trabalho que o coletivo chegaria até o ponto indicado em cerca de 105 minutos. O próximo ônibus passaria em 135 minutos, ou seja, mais de duas horas. “Ter que esperar 105 minutos para pegar um ônibus ou é palhaçada do aplicativo ou da empresa de ônibus”, explicou.
Enquanto Gabriela esperava pelo coletivo, ela acompanhou as chegadas e partidas das demais linhas que circulavam pelo local. Segundo a bancária, o 275 – Jardim Tranquildade / Shopping, indicava sua chegada em 15 minutos, porém dois coletivos com a mesma numeração passaram pelo local em 3 minutos.
Segundo a Secretaria de Transportes e Transito (STT), a linha 230 – Cocaia/Jd. Munhoz opera com 6 veículos nos dias úteis. A pasta informou que até o início desta sexta-feira (1) nenhuma reclamação com relação ao aplicativo foi registrada. “Em consulta nos terminais e com alguns usuários o que recebemos foi um retorno positivo, pois a previsão é feita em tempo real e o usuário pode planejar melhor seu seus horários e seus compromissos, assim como o seu tempo livre”.
O aplicativo não teria gerado custos para a administração municipal, já que o contrato da Concessão do Transporte prevê a obrigatoriedade do GPS em toda a frota. Com isso, o desenvolvedor do aplicativo pode utilizar os dados georreferenciados dos coletivos para alertar o usuário.
Para reclamações: Central de Inteligência Integrada de Guarulhos – CIIG – funciona 24 horas – 2475-6996
