Sensação de noite mal dormida, cansaço, sonolência durante o dia. Estes sintomas, frequentes para algumas, pessoas podem caracterizar a Síndrome da Apneia/Hipopneia Obstrutiva do Sono (Sahos).
Apneia é um termo grego que significa "sem ar". Em síntese, a Sahos consiste na parada momentânea da respiração durante o sono e é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) um problema de saúde pública mundial. De acordo com o dr. João Fanton Neto, otorrinolaringologista do Hospital Amaral Carvalho e diretor do Núcleo de Otorrinolaringologia de Jaú, com as paradas respiratórias, a saturação de oxigênio dos tecidos corpóreos e do sangue diminuem, aumentando a retenção de gás carbônico.
As apneias são classificadas em três tipos. Central, resultado de uma disfunção do sistema nervoso central em gerar o devido estímulo para os músculos da caixa torácica, o que impossibilita o início do esforço respiratório. Obstrutiva, na qual o esforço respiratório é iniciado, mas o ar não chega a atingir os pulmões em decorrência da obstrução da via aérea. E mista, que reúne as apneias anteriores.
Diagnóstico – O histórico de pacientes que dormem em qualquer lugar, sentem excesso de sono e fadiga o tempo todo, sonolência ao dirigir ou têm esquecimentos fugazes, pode levar médicos à suspeitarem de Sahos.
Os profissionais que tratam de distúrbios do sono como apneia, normalmente correspondem às especialidades de otorrinolaringologia, neurologia ou cardiologia. Muitas vezes maridos ou esposas dos pacientes ajudam no diagnóstico, informando sobre o ronco e despertares do parceiro. "Não raro, definem exatamente o tempo de parada e o tipo de apneia apresentada. Segundo relatos destas pessoas alguns eventos chegam a ser desesperadores, ocorre a nítida impressão que o indivíduo não vai voltar a respirar", explica dr. Fanton.
O diagnóstico só pode ser estabelecido por meio da Polissonografia, exame feito em um laboratório com ambiente apropriado ao sono e em uma confortável cama. Eletrodos ligados ao paciente monitoram cerca de 30 parâmetros do sono, como testes dos potenciais elétricos da atividade cerebral, batimentos cardíacos, atividade muscular, esforço respiratório, saturação de oxigênio no sangue, entre outros.
Além deste exame, deve ser realizada uma avaliação completa com a naso-fibro-laringoscopia (um mini-cateter acoplado a uma câmera avança, sob anestesia tópica, à cavidade nasal e chega na laringo-faringe, checando as alterações anatômicas e relacionando-as com as possíveis causas da apneia), e uma radiografia de perfil da face ou cefalometria.