Cidades

Após 31 anos, Isabel Borazanian é a primeira mulher a presidir a AGL

Com um mandato de dois anos, ela pretende aproximar a população da academia e prover eventos

Na última terça feira, Isabel Borazanian ocupou o lugar de presidente na Academia Guarulhense de Letras (AGL). Depois de 31 anos de existência, Isabel é a primeira mulher a assumir a esse cargo. Com um mandato de dois anos, ela pretende aproximar a população da academia e prover eventos.

Poetisa, artista plástica, cantora e atriz, Isabela entrou para a Academia de Letras em 1993, na cadeira 25, do patrono João Cruz e Souza. "Abriu a vaga, mandei o trabalho e enviei o currículo. A comissão de acadêmicos avaliou e me chamaram", explica a poetisa.

Desde então, tornou-se membro da academia. Com a vaga aberta para a presidência, Isabela conversou com o Guarulhos Hoje dentro do espaço de exposição do Adamastor Macedo, e explicou como conseguiu o cargo principal da AGL. "Nosso estatuto determina que o próximo presidente tem que ter mais tempo na casa e com mais idade. Era para ser o Espedito [Pinheiro de Souza], mas como ele não pode assumir, ficou para mim o cargo".

Com o novo mandato, ela já planeja alguns projetos culturais para a cidade como o Banquete Literário. "Eu vim de uma geração de Sarau, então pretendo fazer uma banquete com apresentações de poesias. Mas claro que é só uma ideia", conta.

História – Com três anos de idade, ela e sua família mudaram da Capital para Guarulhos, na avenida Emílio Ribas. Com nove anos, começou a escrever pequenas poesias como trabalhos de escola. "Na época não tínhamos tantos brinquedos e como descobri que era gostoso rimar, então comecei a escrever", conta.

Isabel terminou seus estudos no Conselheiro Crispiniano, no Centro, e decidiu cursar Artes Plásticas e Comunicação na Faculdade Farias Brito, antiga UNG. Depois, se formou em Comunicação Visual na década de 70.

No final desta época, começou a atuar como atriz, foi cenógrafa e fundou o Grupo Literário Letra Viva, que tinha como integrantes Ângelo Macedo, Anita Borazanian, Castelo Hanssen, Edinho Silva, entre outros. "Sempre nos reuníamos para montar sarau todos os meses. Fazíamos palestras e concurso de poesia", lembra Isabel.

Inclusive, na época o grupo fez um abaixo-assinado para que o teatro Nelson Rodrigues não virasse um anfiteatro. "Antigamente queriam transformá-lo em anfiteatro, mas conseguimos deixar que ele fosse somente teatro", recorda.

Em 1981 escreveu o livro ‘Confidencial artesanalmente junto com sua família. Segundo Isabel, cerca de 100 livros foram produzidos. "A gente não tinha muito recurso financeiro, fazíamos todo o trabalho", revela. Em 1989, com a ajuda de seu cunhado, publicaram seu segundo livro, ‘Memórias da Emoção.

Com 53 anos e agente cultural da Secretaria da Cultura, o seu novo cargo foi recebido como uma grande conquista para Isabel. "Guarulhos é minha vida. Cresci, formei, casei e tive filho aqui. Agora quero levar a arte para a cidade, porque estamos na vida para trazer alguma coisa e eu quero levar a arte para as outras pessoas", confessa.

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