Economia

Após alta de até R$ 40, preço do arroz deve seguir elevado

Na última semana, o presidente Bolsonaro pediu "patriotismo" dos comerciantes para evitar o aumento dos produtos da cesta básica

Item básico e essencial nas mesas dos brasileiros, o arroz sofreu uma disparada nos preços nas últimas semanas. Um estudo feito pela USP aponta que o alimento foi inflacionado em 100% em 1 ano, chegando a custar R$ 40 reais nas prateleiras dos supermercados. Especialistas dizem que a disparada deve continuar nos próximos meses.

Na última semana, o presidente Bolsonaro pediu “patriotismo” dos comerciantes para evitar o aumento dos produtos da cesta básica. A Apas (Associação Paulista de Supermercados) se defendeu alegando que os valores são “provenientes dos fornecedores de alimentos, que são provenientes de variáveis mercadológicas como maior exportação, câmbio e quebra de produção”.

Somente em agosto, por exemplo, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), o item ficou 30% mais caro na venda dos produtores para a indústria. Outros produtos, como óleo e feijão também sofrem com a alta do dólar, que torna as exportações mais lucrativas para eles.

As exportações saltaram 260% entre março e julho. As importações, por outro lado, reduziram 59%, o que deixa menos itens disponíveis para o mercado doméstico. Outro fator importante foi que a safra de arroz caiu em 2020, enquanto a demanda, devido à pandemia e, por consequência, o isolamento social, cresceu. 

Para efeito de comparação, há uma década, havia um volume guardado de 2,5 mil toneladas de arroz na entressafra, contra apenas 500 toneladas neste ano. Com todos esses fatores, somado ao clima e à pouca chuva, que desfavorece a produção e, portanto, resulta em uma expectativa menor para a temporada 2021, os preços deverão continuar aumentando.

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