Após subir quase 2% na última sexta-feira, 24, o mercado de câmbio passou por uma leve correção de baixa nesta Quarta-Feira de Cinzas, que teve um pregão encurtado. Além desse movimento técnico, o dólar também perdeu força ao longo do dia ante outras moedas emergentes, o que acabou ajudando o real. Agora, a grande expectativa dos mercados é sobre como o Banco Central vai gerenciar o volume de swaps cambiais que vence em abril.
O dólar à vista no balcão fechou em queda de 0,51%, a R$ 3,0936, após oscilar entre a mínima de R$ 3,0925 (-0,53%) e a máxima de R$ 3,1234 (+0,44%). O giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa foi de US$ 595,219 milhões. No mercado futuro, o dólar para abril fechou com desvalorização de 0,56%, a R$ 3,1175. O volume financeiro somou US$ 9,010 bilhões. A divisa norte-americana ainda apresentou recuos substanciais ante outras moedas emergentes importantes, como o peso mexicano (-1,58%) e o rand sul-africano (-0,90%).
“As moedas emergentes não estão sofrendo tanto hoje e, como o dólar fechou com ganhos expressivos ante o real na sexta-feira, hoje acaba acontecendo uma correção. Considerando os dois dias de feriado, estamos alinhados às outras moedas correlatas”, comenta o operador da H.Commcor Corretora Cleber Alessie Machado Neto. “A divulgação do Livro Bege à tarde não mudou nada. Mesmo assim, foi o exterior que comandou os negócios aqui hoje”, acrescenta o operador de uma corretora paulista.
O relatório de atividade regional do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA)mostrou que a economia dos Estados Unidos seguiu avançando em um ritmo “de modesto a moderado” no mês passado e que os empresários continuam otimistas, embora “um pouco menos” do que o observado na pesquisa anterior. Em algumas distritais, os entrevistados citaram preocupação com as possíveis mudanças nas políticas econômicas promovidas pela administração de Donald Trump.
Pela manhã, o dólar tinha se fortalecido após a divulgação de que o índice de preços de gastos com consumo (PCE), que é a medida de inflação preferida do Fed, subiu 0,4% em janeiro ante dezembro e avançou 1,9% na comparação anual. O núcleo do índice, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,3% na leitura mensal e 1,7% na comparação anual, atingindo o nível mais forte desde outubro de 2012. A meta de inflação do BC norte-americano é de 2,0%.