Economia

Após ato de Alckmin, alunos anunciam início de desocupação de 3 escolas invadidas

Após o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), publicar a revogação da reorganização escolar, alunos de colégios invadidos em protesto contra o plano de fechamento de até 93 unidades anunciaram neste domingo, 6, o início da saída dos prédios. Em ao menos três escolas, os estudantes já decidiram pela desocupação.

Em assembleia, os alunos da Escola Estadual Gavião Peixoto, em Perus, zona norte da capital, a maior unidade do Estado, com 3,2 mil estudantes, votaram pela saída do prédio. Eles consideram a suspensão da reorganização, anunciada na sexta-feira pelo governador e oficializada anteontem no Diário Oficial, “uma vitória”.

“A juventude se uniu e o foco daquilo que nós queríamos, nós conseguimos. Se no ano que vem decidirem que vai ter reorganização, decidiremos o que fazer. Mas para o ano que vem já revogou”, diz Jaqueline de Oliveira Celestino, de 18 anos, aluna do 3.º ano do ensino médio.

As chaves dos portões do colégio serão entregues amanhã à Secretaria Estadual da Educação. A pasta não confirmou se outras unidades serão desocupadas. A escola foi invadida no dia 19 do mês passado e, apesar de não constar da lista da reorganização, foi tomada porque os alunos reclamam da falta de estrutura da unidade.

Estudantes da Escola Estadual Maria Petronila Limeira dos Milagres Monteiro, em Santo Amaro, zona sul, publicaram uma carta nas redes sociais na qual avisam que deixarão o prédio. “A escola encerra sua ocupação vencendo apenas uma batalha, mas não a guerra por uma educação melhor”, diz o texto.

“Estamos planejando desocupar na quarta ou quinta-feira. Vencemos uma parte, mas ainda achamos que o governo pode voltar atrás. Vamos desocupar a escola, mas ocupar as ruas”, diz Gabriela Fonseca, de 17 anos, do 3.º ano do ensino médio.

Em Sorocaba, no interior do Estado, alunos da Escola Estadual Senador Vergueiro disseram que a saída deve acontecer entre hoje e amanhã. Anteontem, após a publicação da revogação, eles realizaram um ato de “desocupação simbólica” de quatro escolas. A Diretoria Regional de Ensino ficará ocupada pelo menos até hoje. “O governador não teve pressa de negociar, agora pode esperar mais um pouco”, disse Pedro Evaristo, que está na diretoria.

Assembleias

Embora não seja posicionamento da maioria das escolas tomadas, que decidiram manter as ocupações, parte das unidades poderá seguir o caminho dos três colégios. A Escola Estadual Manoel Ciridião Buarque, na Lapa, zona oeste da capital, terá hoje uma assembleia dos alunos para decidir se deixam ou não o prédio.
O secretário-chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, afirmou que não vê motivos para a continuidade dos protestos – até 196 escolas foram invadidas. “A reorganização foi suspensa, o decreto foi suspenso. Não tem sentido manter (as ocupações). Quem quiser fazer luta política, como boa parte já tentou fazer, vai errar.”

De acordo com Aparecido, a prioridade da secretaria será a retomada das aulas, mas alunos de escolas ocupadas já organizam uma manifestação para esta quarta-feira, a partir das 14 horas, no vão livre do Masp.

Após o recuo de Alckmin, Herman Voorwald deixou a pasta da Educação. O nome do novo secretário não foi definido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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