O partido governista do Zimbábue e o principal grupo da oposição declararam nesta quinta-feira, 2, terem vencido a eleição presidencial antes do anúncio do resultado, refletindo uma amarga rivalidade que foi exacerbada pela violência na capital.
Em meio a uma eleição que deveria restaurar a confiança no Zimbábue após 37 anos de governo de Robert Mugabe, afastado do poder pelos militares em 2017, o número de mortos nos confrontos de quarta-feira, 1º, subiu para seis. 14 pessoas ficaram feridas e 18 foram presas.
OS relatos sobre quem foi o responsável pelo derramamento de sangue na capital de Harare são conflitantes. Manifestantes da oposição protestavam contra uma possível fraude na eleição quando a polícia jogou gás lacrimogêneo, canhões de água e depois disparou tiros contra a multidão.
A porta-voz da polícia, Charity Charamba, culpou os manifestantes pela agitação, dizendo que alguns estavam bêbados e que destruíram carros e lojas. Cerca de 4.000 oposicionistas, alguns carregando barras de ferro e pedras, “sitiaram” o centro de Harare, segundo ela.
O atual presidente Emmerson Mnangagwa e o partido União Nacional Africana do Zimbábue – Frente Patriótica (ZANU-PF, acusaram a oposição de incitar à violência. Já a oposição, ativistas de direitos humanos e observadores internacionais condenaram a força “excessiva” usada para conter os protestos e apelaram a todos os lados para que exercessem a moderação.
A Comissão Eleitoral do Zimbábue disse que começa a anunciar os resultados das eleições presidenciais às 22h do horário local (17h em Brasília). Observadores internacionais pediram à comissão que revele os resultados da eleição o mais cedo possível, pois os atrasos aumentarão a especulação sobre possível fraude.