Enquanto Martine Grael participava da oitava e última regata da primeira fase do Mundial de 49er, o irmão dela, Marco Grael, festejava em terra, em Buenos Aires, a classificação para disputar os Jogos Olímpicos pela primeira vez na carreira. Pouco antes, ele e Gabriel Borges garantiram a convocação olímpica para a classe 49er, encerrando a corrida interna brasileira.
Martine e Kahena Kunze já estavam convocadas na 49erFX porque não têm rivais no País – sequer há outro barco brasileiro que participe de competições internacionais na mais nova classe olímpica da vela. As cariocas são as atuais campeãs mundiais e, em Buenos Aires, tentam o bicampeonato.
O ouro, entretanto, já ficou difícil. Após oito regatas, as dinamarquesas Ida Marie Nielsen e Marie Olsen seguem sobrando, com seis vitórias e apenas 11 pontos perdidos. As brasileiras subiram uma posição nesta quarta-feira, quando foram disputadas três regatas, e agora aparecem em sexto.
Elas abriram um dia com um quarto lugar, ficaram em oitavo na segunda regata e, já no fim da tarde, fecharam a quarta-feira com uma segunda posição. As brasileiras têm agora 34 pontos perdidos, na briga direta pela medalha, uma vez que o barco que vem em segundo, da Itália, soma 22. À frente delas, aliás, estão três duplas dinamarquesas, mas só uma vai à Olimpíada. A segunda fase terá 10 regatas, sem medal race.
Na 49er, Marco Grael e Gabriel Borges aparecem num surpreendente 14.º lugar ao fim da primeira fase e ficaram na flotilha ouro, ainda brigando pelo pódio. Eles têm 70 pontos perdidos, a 28 dos terceiros colocados.
A vaga olímpica veio porque Dante Biachi e Thomas Low-Beer, em 29.º, não ficaram dentro da flotilha ouro. Assim, Marco/Gabriel vai obter duas vitórias contra os rivais, uma vez que ficaram à frente deles também no Campeonato Sul-Americano, há duas semanas, também em Buenos Aires, e fechar a melhor de três.
“Sempre vi o meu pai disputando os Jogos Olímpicos e para mim era um sonho, algo que sempre desejei, mas que nunca tinha ficado tão perto. O sonho agora se concretiza, a ficha ainda não caiu. Estamos muito felizes, foi bem suado, trabalhamos muito para isso. Agora vamos nos concentrar no Mundial, que ainda não acabou. Estamos bem colocados, é o nosso melhor resultado em Mundiais até agora”, afirmou Marco, de 26 anos, primogênito de Torben Grael.