A bancada do PMDB do Senado deve definir nesta terça-feira, 7, o nome do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O líder do partido, Renan Calheiros (PMDB-AL), convocou uma reunião da bancada nesta tarde a fim de tentar resolver o nome do novo presidente do colegiado.
O comando da CCJ tem sido alvo de disputa de três senadores do partido. Edison Lobão (MA), apoiado por Renan e investigado na Operação Lava Jato; Raimundo Lira (PB), que conta com a simpatia do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), tendo sido indicado por ele ano passado presidente da comissão do impeachment; e Marta Suplicy (SP), correndo por fora.
Eunício pretende instalar a comissão nesta quarta-feira, 8, com a escolha, pelo novo presidente, do relator da indicação de Moraes. Quer um calendário rápido de análise do nome pelo Senado. Espera concluir a sabatina e votações na CCJ e no plenário em três semanas, até o dia 22 de fevereiro. Com amplo apoio de lideranças de partidos da base de Temer, muitos dos quais investigados na Lava Jato, Moraes deverá ter uma aprovação fácil no Senado, apesar das críticas de oposicionistas de que ele, entre outras queixas, é filiado ao PSDB.
Desde a semana passada, houve três encontros d
a bancada a fim de tentar fechar um acordo para o comando da CCJ e de outras comissões que caberiam ao PMDB na Casa; O partido, com 21 dos 81 senadores, é o maior do Senado e, por isso, tem direito a fazer a escolha da Presidência da CCJ, a mais importante.
Renan disse ao Broadcast Político que vai trabalhar para evitar que a escolha do nome do partido para presidir a CCJ não vá a voto dentro dos integrantes do PMDB. “Quando não se chega a um bom termo, temos que ouvir a bancada. A votação (interna) é a última fase”, disse.
O encontro de Renan com a bancada está inicialmente marcado para as 15 horas, mas poderá ser alterado a fim de compatibilizar com a agenda dos senadores da bancada.
Conforme o Broadcast Político revelou, Renan defende o nome de Lobão, que, na sua opinião nos bastidores, poderia levar adiante na comissão pautas que podem fustigar o Judiciário e o Ministério Público, como o projeto de abuso de autoridade. Essa proposta foi uma das bandeiras na gestão de Renan como presidente do Senado ano passado.
Eunício, contudo, acredita que Lira não iria querer comprar briga com as corporações defendendo a votação desse projeto. Embora citado em delações da Odebrecht, o presidente do Senado não é alvo de investigação formal pelo STF no curso da Lava Jato. Ele, contudo, já avisou a bancada que não vai participar da escolha do novo presidente da CCJ – essa decisão será coordenada por Renan.
Pela CCJ, além da sabatina do novo ministro do STF, em substituição a Teori Zavascki, morto em acidente aéreo há três semanas, está prevista a análise em setembro do novo procurador-geral da República.
O mandato do atual, Rodrigo Janot, encerra-se em setembro. O chefe do Ministério Público Federal é o responsável por conduzir as investigações da Lava Jato contra parlamentares e ministros no Supremo.