O maluco roteiro da partida entre Palmeiras e Cruzeiro, nesta quarta-feira, no Allianz Parque, permite dizer que o time paulista “ganhou” um jogo por 3 a 3. A análise não é exagero para quem, em casa, pelo confronto de ida das quartas de final da Copa do Brasil, levou três gols no primeiro tempo e conseguiu diminuir o desastre na etapa final e sair aplaudido.
O placar de um dos jogos mais movimentados do ano no futebol brasileiro deixou o confronto em aberto para a volta, no Mineirão, no dia 26 de julho. Afinal, tanto o Cruzeiro vai confiante pelo empate fora de casa quanto o Palmeiras está fortalecido pela reação sensacional conseguida na marra.
Logo após ter conquistado três vitórias consecutivas, o Palmeiras entrou confiante em campo e saiu arrasado do primeiro tempo contra o Cruzeiro. Foram três gols em 30 minutos. Poderiam ter sido mais, pela liberdade dada a Thiago Neves para criar, a desorganização da defesa e a inércia de quem se viu em desvantagem pelo pleno domínio adversário.
Após presenciar contra-ataques em que a defesa do Palmeiras estava em menor número e ver as duas laterais como convite à mais sufoco, a torcida não se aguentou. As vaias dominaram e o técnico Cuca fez uma alteração mais para tentar fechar os espaços. Os gols de Thiago Neves, Robinho e Alisson fizeram Fabiano sair aos 30 minutos. Egídio entrou para posicionar a equipe com Zé Roberto de volante e Tchê Tchê na defesa.
A substituição não foi, como diz a comum analogia, como trocar o pneu com o carro em movimento, mas sim com o veículo desgovernado. O estrago gigante pela desorganização já deixava o time nervoso em campo e com erros triviais. Se levar gol em casa em mata-mata é sinal de alerta, levar três e ser massacrado representava tragédia.
A equipe precisava provocar no segundo tempo o mesmo estrago sofrido na etapa inicial. Pois bem, se sofreu em 30 minutos, o time resolveu tudo em 20. O time se encheu de brios ao escutar a torcida cantar “Palmeiras é o time da virada” e levou o público ao delírio com a reação fulminante.
O Palmeiras foi para cima sem medo de se arriscar. Acuado e assustado, o Cruzeiro viu a vantagem ruir sem conseguir acompanhar a velocidade, nem tirar a bola da defesa. O jogo ficou dentro da área mineira. Dudu, com dois gols, e Willian, com outro, aumentaram a esperança de uma virada.
O sonho do 4 a 3 permaneceu até o fim. Mesmo que a vitória tenha ficado perto, o Palmeiras leva como alerta o risco de que o primeiro tempo horrível pode ter custado caro no torneio.
FICHA TÉCNICA:
PALMEIRAS 3 x 3 CRUZEIRO
PALMEIRAS – Fernando Prass; Fabiano (Egídio), Mina, Edu Dracena e Zé Roberto; Thiago Santos, Tchê Tchê e Guerra (Borja); Róger Guedes (Keno), Dudu e Willian. Técnico: Cuca.
CRUZEIRO – Fábio; Ezequiel, Léo, Caicedo e Diogo Barbosa; Lucas Romero (Hudson), Ariel Cabral (Henrique) e Robinho (Ábila); Thiago Neves, Alisson e Rafael Sóbis. Técnico: Mano Menezes.
GOLS – Thiago Neves, aos 6, Robinho aos 19, e Alisson, aos 30 minutos do primeiro tempo. Dudu, aos 6, aos 15, Willian aos 19 do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Romero, Rafael Sóbis, Thiago Santos, Fernando Prass, Hudson, Ábila, Willian.
ÁRBITRO – Jailson Macedo Freitas (BA).
RENDA – R$ 1.996.242,72.
PÚBLICO – 32.067 pagantes.
LOCAL – Allianz Parque, em São Paulo (SP).