A queda dos preços do petróleo derrubou também as ações da Petrobras, que em grande parte foram responsáveis pela baixa 0,50% do Índice Bovespa nesta sexta-feira, 23. A bolsa vinha de quatro altas consecutivas, garantidas pelo noticiário essencialmente positivo. A instabilidade da commodity, no entanto, deflagrou um movimento de ajustes que atingiu também ações de outros setores. O volume de negócios somou R$ 5,58 bilhões, abaixo da média diária de setembro (R$ 6,9 bilhões).
A instabilidade deu o tom desde cedo nos negócios com o petróleo nas bolsas de Nova York e Londres, com a commodity alternando altas e baixas pela manhã. Na primeira etapa dos negócios, o Ibovespa chegou a exibir uma alta tímida, que não ultrapassou o 0,23%. O desempenho negativo foi definido à tarde, com a aceleração das perdas do petróleo, pressionados por rumores de que a Arábia Saudita não tinha expectativa da chegada a um acordo na reunião informal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), na semana que vem.
Com o petróleo registrando quedas de até 4% e as bolsas americanas também operando em queda, as ações da Petrobras acompanharam o movimento. As ordens de venda foram atribuídas principalmente a uma realização de lucros, uma vez que o noticiário em torno da estatal tem sido positivo. No início da semana, por exemplo, o mercado recebeu positivamente os termos do plano de investimentos da companhia para os próximos anos, contemplando redução de investimentos e endividamento. Ao final dos negócios, Petrobras ON e PN fecharam em queda de 3,67% e 2,21%, respectivamente. Mesmo com o resultado de hoje, as ações ordinárias da companhia contabilizam alta de 74,80% em 2016 e as preferenciais, de 104,03%.
Entre as exceções do dia, destaque para as ações da Vale, que subiram durante todo o dia e ajudaram a limitar a queda da bolsa. Os papéis refletiram uma leve alta dos preços do minério de ferro no mercado chinês, em meio à expectativa de um mercado local mais firme. Vale ON avançou 0,57% e Vale PNA, 0,59%.