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Após renúncia do presidente, Guatemala tem eleições neste domingo

Milhões de guatemaltecos vão às urnas neste domingo para escolher um novo presidente, apenas alguns dias após a renúncia do presidente eleito há quatro anos, que foi preso por acusações de corrupção, mergulhando o país em uma crise política.

O governo do presidente Otto Pérez Molina terminou abruptamente quarta-feira passada, quando ele deixou o cargo em meio a um escândalo de corrupção que envolve também seu ex-vice-presidente e alguns membros de seu gabinete. Ele foi preso e agora está detido em uma prisão militar.

Pérez Molina negou irregularidades. A eleição tinha sido programada antes da divulgação do escândalo. As últimas pesquisas indicam uma disputa apertada entre três candidatos, e não parece provável que algum deles ganhe mais de 50% dos votos, o que levaria a eleição para um segundo turno em 25 de outrubro.

Os guatemaltecos também vão eleger um novo Congresso e centenas de prefeitos em todo o país. Para muitos dos cerca de 7,6 milhões de eleitores da Guatemala, o grande desafio é tentar encontrar um líder que não esteja contaminado pela corrupção endêmica que tem atormentado os sucessivos governos desde o fim de uma guerra civil de 36 anos em 1996. Há uma expectativa de que muitos eleitores não compareçam, e que cerca de um quinto deles votem em branco, em protesto contra o sistema político.

Dois dos principais candidatos, o empresário Manuel Baldizón, de direita, e a candidata de centro-esquerda Sandra Torres – ex-primeira-dama – são políticos veteranos cujos partidos têm sido acusados de terem violado regras de financiamento de campanha. O terceiro é um ex-comediante de televisão com nenhuma experiência em política. No total, 14 candidatos estão na corrida.

A Guatemala está na 115ª posição, em um ranking de percepção da corrupção, composto por 175 países, segundo a Transparency International. Mas os desafios para o novo presidente vão muito além da corrupção, e se estendem a muitas questões sociais e econômicas. Cerca de metade das crianças guatemaltecas – a maioria deles índios maias – são subnutridas. Cerca de 75% da economia é informal, ou seja, apenas uma minoria da população paga impostos. As escolas públicas muitas vezes não têm infraestrutura básica, como banheiros ou quadros-negros, e alguns ainda não têm paredes ou telhados. Fonte: Dow Jones Newswire

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