Um dia depois de se ausentar do julgamento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou o afastamento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, das investigações contra o presidente Michel Temer no caso JBS, o ministro Gilmar Mendes elogiou nesta quinta-feira (14) a atuação do vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, aliado de Janot.
Dino compareceu nesta manhã à sua última sessão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como vice-procurador-geral eleitoral. O ministro Gilmar Mendes preside o TSE.
Na quarta-feira (13), Dino fez a defesa da atuação de Janot no caso JBS durante o julgamento do STF. Gilmar Mendes compareceu apenas à segunda metade daquela sessão, depois que os ministros já haviam rejeitado a suspeição de Janot por 9 a 0.
“Tivemos o prazer de trabalhar com Vossa Excelência nesta Corte. Tivemos um diálogo profícuo e certamente construtivo. Creio que todos nós vamos guardar de Vossa Excelência uma boa memória. Desejamos que Sua Excelência continue com sucesso na carreira do Ministério Público. São esses os meus votos pessoais e, creio, de todos os integrantes da Corte”, disse Gilmar Mendes, ao final da sessão do TSE.
Dino agradeceu os elogios do ministro e disse que “ser Ministério Público não é fácil, é muito difícil”. “A vida segue, encerra-se apenas uma passagem, um trajetória da minha vida profissional. Sou muito grato à vida e ao destino por ter tido a oportunidade de atuar como membro do Ministério Público perante o TSE”, afirmou.
No lugar de Dino, Humberto Jacques de Medeiros assumirá o cargo de vice-procurador-geral eleitoral.
Tradição
Nicolao Dino ficou em primeiro lugar, com 621 votos, na votação para a formação da lista tríplice para a sucessão de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República. Logo atrás, Raquel Dodge obteve 587 votos, seguida por Mario Bonsaglia, com 564 votos.
Temer quebrou uma tradição que começou em 2003 ao escolher Raquel, segunda colocada na lista, para o cargo de titular da procuradoria-geral da República. Dino pediu a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer durante julgamento concluído em junho deste ano no TSE.