Depois de três dias consecutivos de queda, as taxas de juros negociadas no mercado futuro ficaram perto da estabilidade nos vencimentos mais curtos e voltaram a subir nos mais longos nesta quinta-feira, 7. A turbulência no cenário internacional e ajustes técnicos nas posições dos investidores contribuíram para a mudança de tendência.
Os temores de desaceleração da economia chinesa voltaram a derrubar as bolsas locais, que tiveram novamente acionado o circuit breaker. Com isso, os mercados acionários tiveram perdas em todo o mundo e o dólar ganhou força perante moedas de países emergentes, principalmente pela manhã. A desaceleração econômica também foi destaque no Brasil, com a produção industrial em queda de 2,4% em novembro ante outubro, bem acima da mediana das estimativas do mercado, que apontava uma queda de 0,90%.
A menos de duas semanas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que definirá o rumo da taxa Selic, o mercado pouco alterou as projeções, que nos últimos dias vêm apontando para um Copom mais “dovish”. A ponta curta da curva de juros indicou hoje 80% das apostas dos investidores em uma elevação de 0,50 ponto porcentual na taxa básica, hoje de 14,25% ao ano. Os outros 20% estão concentrados na aposta em uma elevação de 0,25 ponto na taxa básica.
Após os ajustes para baixo registrados desde segunda-feira, o mercado agora aguarda novos sinais sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central. Amanhã, por exemplo, será conhecido o IPCA de dezembro e do acumulado de 2015. De acordo com pesquisa do AE Projeções, o índice deve ficar entre 10,66% a 10,88%, com mediana de 10,78%. Em 2014, o IPCA havia sido de 6,41%.
Nos negócios na BM&F, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em abril de 2016 encerrou o pregão regular de negócios indicando taxa de 14,638%, ante 14,644% do ajuste de ontem. O vencimento de janeiro de 2017 ficou com taxa de 15,54%, de 15,52%. Na ponta mais longa, o DI para liquidação em janeiro de 2021 terminou com taxa de 16,28%, acima dos 16,11% do ajuste anterior. O avanço das taxas longas foi atribuído principalmente a um ajuste técnico de posições, relacionado principalmente ao leilão de LTNs, títulos prefixados, feito pela manhã.