A sexta-feira não foi fácil para Pedro Conrade, de 26 anos, fundador da fintech Neon. Um dia após anunciar que sua empresa havia levantado R$ 72 milhões, na maior rodada inicial de investimentos já recebida por uma fintech no País, ele acordou com a notícia da intervenção do Banco Central no Banco Neon, instituição financeira parceira da startup. “Logo depois recebi uma ligação do Banco Central me dizendo para ficar tranquilo, que não tinha nada a ver com a startup”, diz. Desde então, Conrade e os sócios correm contra o tempo para arranjar uma nova instituição financeira para retomar todos os recursos da conta-corrente digital e do cartão de crédito. Leia a seguir trechos da entrevista:
Qual era a relação entre a startup Neon e o Banco Neon?
O termo correto é joint venture não consolidada. Há dois anos fizemos um acordo operacional bem redigido, que manteve as duas empresas separadas. Na época, emprestamos nossa marca para o banco Pottencial, para que os clientes não vissem o nome de outra instituição ao fazer uma transferência. Esse foi o nosso maior erro.
O sr. tinha conhecimento de que os diretores do banco Pottencial já tinham sido investigados pelo Ministério Público Federal antes de fazer a joint venture?
Sim, eu tinha conhecimento, pois a informação era pública. Nossos advogados analisaram o caso e concluíram que essa investigação não afetava a operação do banco Pottencial.
Como os fundos que investiram no Neon reagiram à notícia, apenas um dia após o anúncio do aporte de R$ 72 milhões?
Assim que eu fiquei sabendo, comuniquei os fundos. Assim como o Banco Central, eles também têm mantido contato conosco o dia todo.
Como está a procura por uma nova instituição financeira?
Neste momento, meus sócios estão conversando com outras instituições que nos procuraram. Vamos fazer outra parceria nos próximos dias.
Qual foi a maior aprendizagem desse episódio?
Aprendi a manter o que for possível dentro de casa. Acho que essa situação foi resultado de um pouco de azar e da falta de conhecimento sobre onde estávamos entrando. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.